Fomos até o Morro do Tuiuti, zona norte do Rio de Janeiro, ver de perto como é a realidade de quem constrói a G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti.

Dona Zilá na saída de sua casa no Morro do Tuiuti. Foto: Mídia NINJA

Quem encontramos lá foi Dona Zilá, que aprendeu a sambar na escola quando tinha 5 anos – ainda enquanto “Bloco dos Brotinhos” – e começou a trabalhar de empregada doméstica aos 12, passando a vida inteira sem carteira assinada. Hoje ela é a musa da velha guarda da escola, e afirma “Ainda tem escravidão, não adianta que tem. Vamo ver se de repente esse samba mexe com os deputados, os governadores..”.

Foto: Mídia NINJA

“Nasci em Minas, em Porto Novo do Cunha, registrada no cartório mais próximo, e com 19 dias de nascida viemos pra cá, no Tuiuti, em novembro faço 74. Namorei, me casei, 4 filhos. Sempre trabalhei em casa de família mas não tinha carteira assinada. Fui me aposentar agora com o dinheiro que a Dilma deu pras pessoas que trabalharam muitos anos sem carteira: hoje recebo um salário.”

Foto: Mídia NINJA

Um dos filhos de Dona Zilá se veste com as roupas da Tuiuti. Foto: Mídia NINJA

“Tinha uns 12 anos já tava na cozinha, trabalhando em duas casas grande na Marechal. A luz a gente pagava por bico. Tomava muita carona de bonde. Minha mãe trabalhava no colégio, eu ja fazia comida com 14 anos. Era uma coisa muito triste, muito humilhante. Agora posso falar que tô bem, graças a deus. Fogão de gás, luz, coisas que não tinha. Obrigada por estar viva até hoje.”