No início da última terça (13), estudantes e servidores da Universidade Estadual do Maranhão, decretaram greve após as suspeitas de fraude na eleição da reitoria

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Texto de Kaio Duarte Costa para os Estudantes NINJA

A chapa 3, composta por Walter Canalles e Paulo Cantuda, foi a vencedora conforme a divulgação realizada pela Comissão Eleitoral e a Assessoria de Comunicação Institucional da universidade. Segundo o corpo estudantil, as chapas 2 e 5 são desconhecidas e não representam a comunidade. O Sistema Integrado de Gestão da UEMA (SIGUEMA), plataforma de organização e votação da universidade, foi utilizada para o processo eleitoral da reitoria. A atual gestão da universidade foi responsável pelo desenvolvimento do sistema, sob administração da Coordenação de Sistemas de Informação.

Durante o ato em frente aos portões da UEMA, foram apontadas diversas irregularidades no processo eleitoral. A paridade de votos, uso irregular dos canais de comunicação da universidade, além da intimidação e assédio de apoiadores das chapas a comunidade acadêmica, estão entre os principais citados pelos manifestantes.

Apesar da posição e os apontamentos realizados pela comunidade, a Comissão Eleitoral e a UEMA negam qualquer irregularidade. Em nota, a instituição afirma que os candidatos tiveram as mesmas oportunidades e que até o momento, nenhuma chapa “formalizou o fato”.

Nas redes sociais, a #fraudenauema ganhou potência sendo utilizada pelos estudantes como instrumento de repúdio a eleição. “Vamos ocupar tudo! Na universidade a voz que vai vencer é dos ESTUDANTES”, tweeta a presidenta do Centro Acadêmico de Ciências Sociais da UEMA, Natalia Almeida.

No início do anoitecer de quinta-feira (14/09), o Reitor Gustavo Costa utilizou as redes sociais da instituição para demonstrar o seu posicionamento sobre a manifestação. Conforme o vídeo, o Reitor diz que se mantém aberto e em diálogo com as entidades sindicais e estudantis. Além disso, reforça o compromisso das suas gestões e apela pela razoabilidade da comunidade.

Algumas associações dos servidores da UEMA, demonstraram os seus posicionamentos a favor da legitimidade da eleição. Em nota, a APRUEMA, ASSUEMA e SINTUEMA, atestam a lisura, a segurança e transparência do processo eleitoral.

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Em entrevista para o Jornal ‘O Imparcial’, a Presidente do DCE da Universidade Estadual do Maranhão, Josewania Coelho, diz que as eleições não representam o corpo estudantil e a comunidade acadêmica. “Essas chapas que foram eleitas foram justamente as chapas que fugiram do debate na semana passada e não apresentam compromisso com a Universidade e, principalmente, com os estudantes”.

Em resposta ao posicionamento da reitoria nas redes sociais, representações do corpo discente e docente encaminharam a denúncia ao Ministério Público do Maranhão para as devidas apurações. Paralelamente, entidades sindicais uniram-se para o lançamento da Carta Manifesto da Ocupação da UEMA. Assinada pelo Sindicato dos Professores da UEMA (SINDUEMA), DCE UEMA, Centros Acadêmicos e entidades juvenis, a carta contém 9 reivindicações da comunidade acadêmica, negligenciadas anteriormente pela gestão da universidade.

No início da manhã desta quinta-feira (15/09), estudantes do movimento estudantil publicam o seu posicionamento, esclarecendo os acontecimentos no campus Paulo VI e rebatendo as falas da reitoria. Segundo o vídeo, os alunos propuseram-se a diálogo e compareceram ao local da reunião, repelidos pela segurança do campus. “Pedimos também a reitoria e aos demais gestores dessa universidade, um debate transparente com os alunos. Sem utilizar redes sociais e notas que nos caluniam”, diz um dos estudantes.