A família que escravizou Madalena Giordano desde os 8 anos foi condenada a 14 anos de prisão pela Justiça Federal. Madalena Gordiano foi resgatada por auditores do trabalho em novembro de 2020 da residência da família Rigueira, localizada no centro de Patos de Minas. O caso chocou não só a cidade, mas também teve repercussão internacional.

Além das penas de prisão, que incluem regime fechado e semiaberto, a família foi condenada a pagar multas e indenizações que totalizam quase R$ 1,3 milhão.

No entanto, esse valor poderá ser compensado por acordos anteriores, pois a família transferiu para Madalena um carro e um apartamento situado no centro de Patos de Minas, em uma ação trabalhista. O imóvel está atualmente listado para venda.

O Ministério Público Federal apontou que Madalena Gordiano foi submetida à condição de escrava em 1981, quando tinha apenas 8 anos de idade, na casa dos pais de Dalton César Milagres Rigueira. Em 2005, ela foi levada para trabalhar na casa do professor universitário, onde permaneceu até o dia do resgate, em novembro de 2020.

Dalton e sua esposa Valdirene foram condenados a 12 anos e oito meses de prisão em regime fechado por crimes como redução à condição análoga à de escravo, furto qualificado e lesão corporal. O casal também recebeu uma pena adicional de um ano e 11 meses em regime semiaberto, totalizando 14 anos e sete meses, além de multa.

As filhas do casal, no entanto, não foram condenadas por trabalho escravo. Raíssa Lopes Fialho Rigueira foi sentenciada por furto qualificado e lesão corporal, totalizando 7 anos e 11 meses de reclusão em regime fechado e um ano e 11 meses de detenção em semiaberto. Bianca Lopes Rigueira Nasser foi condenada por lesão corporal, com pena de um ano e 11 meses de detenção em regime semiaberto.

Além das penas criminais, os quatro membros da família também foram condenados a pagar indenizações a Madalena. Dalton e Valdirene terão que desembolsar R$ 1,13 milhão, enquanto Raíssa deverá pagar R$ 23,5 mil. Todos terão que arcar com R$ 135 mil por danos morais.