Organização convidou dez pesquisadores para apontarem caminhos em defesa da democracia nas eleições de 2022. “Os desafios serão muitos”, avalia relatório

Ocupação do Congresso Nacional em junho de 2013. Foto: Mídia NINJA

Por Mauro Utida

As eleições de 2022 estão sendo aguardadas com apreensão e devem ser marcadas pela nova forma de fazer política com o uso dos algoritmos e uma guerra de narrativas na mídia e redes sociais. Com o intuito de apontar caminhos em defesa da democracia, a Fundação Heinrich Böll convidou pesquisadores do campo dos direitos digitais e ciência política para refletir sobre a conjuntura das eleições com a perspectiva de que as redes e os algoritmos terão um papel fundamental na decisão dos resultados.

Em dez artigos, assinados por acadêmicos, jornalistas e políticos dos campos dos direitos digitais e da ciência política, a publicação “A democracia aceita os termos e condições? Eleições 2022 e a política com os algoritmos” foi lançada nesta segunda-feira (15) e analisa também os quase quatro anos de mandato de Jair Bolsonaro (PL), o fomento do discursos de ódio e os impactos causados na sociedade.

A coordenadora da Fundação, Manoela Vianna, avalia que os desafios durante o pleito eleitoral serão muitos. Ela alerta que muitos estudos sobre a algoritmização não fazem com que este pleito seja disputado com grandes vantagens de um aprendizado sobre a nova forma de se fazer política que está posta. “A publicação surge como uma provocação sobre o mais atual modelo de se fazer política, via redes e com a ação dos algoritmos em todo o processo”, declara a coordenadora da organização política alemã sem fins lucrativos, que promover diálogos pela democracia e busca a garantia dos direitos humanos.

Entre os autores, a ex-deputada federal Manuela D’Ávila e a Revista AzMina jogam luz a representatividade das mulheres na política demonstrando como a violência de gênero é um impulsionador para a ainda pouca presença feminina nesses espaços de decisão. Outros temas abordados estão a desinformação, a responsabilidade das plataformas digitais, a opacidade dos algoritmos, a moderação das redes, e a melhor performance do conteúdo conspiratório nos algoritmos das plataformas.