Foto: Ricardo Moraes / Reuters

As escolas de samba do Rio de Janeiro e São Paulo trazem um grande protagonismo da história negra nas avenidas de 2022. São 11 escolas do grupo especial que têm no enredo a cultura afrocentrada.

No Rio de Janeiro boa parte delas faz referência a Orixás e símbolos da cultura vinda de Africa.

Paraíso do Tuiuti apresenta “Ka Ríba Tí Ÿe – Que Nossos Caminhos se Abram”, celebrando os ensinamentos dos orixás, enquanto a Portela canta sobre o Baobá, árvore sagrada do tempo, com o enredo “Igi Osè Baobá”. Já a Mocidade Independente homenageia Oxóssi com “Batuque ao Caçador” enquanto a Grande Rio quer desmistificar Exu na avenida com “Fala, Majeté! As sete chaves de Exu”. O Salgueiro evoca o Preto Velho para levar o público para os espaços de residência negra da cidade.

Falando dos personagens negros e de seus feitos intelectuais para sociedade brasileira, a Beija-Flor vem com o enredo “Empretecer o pensamento é ouvir da voz da Beija-Flor”.

Já na capital paulista os temas surgem de forma diversa: Vai-vai, de volta ao Grupo Especial, traz um enredo baseado em Sankofa, um provérbio africano sobre a volta ao passado para a construção de um futuro melhor.

Águia de Ouro quer fazer um afoxé no Anhembi, exaltando cultura afro-brasileira, num grito contra a intolerância religiosa guiado por Oxalá.

A Barroca Zona Sul homenageia o Zé Pelintra, uma das mais importantes entidades de cultos afro-brasileiros. Outra que se apoia na imagem do velho sábio é a Acadêmicos do Tatuapé que conta a história do café através do Preto-Velho.

Com “Basta”, a Gaviões da Fiel busca combater as desigualdades sociais, incluindo as originadas no racismo.

Nas próximas noites, o carnaval prova como segue sendo uma das grandes representações da cultura negra no nosso país!