O governo brasileiro está preparando uma proposta de resolução a ser apresentada na Assembleia Geral das Nações Unidas, recomendando que países em todo o mundo desenvolvam políticas e leis destinadas a combater o racismo e a discriminação no esporte. A iniciativa surge em resposta aos ataques racistas enfrentados por Vinicius Jr. durante partidas do campeonato espanhol. A proposta também ganhou impulso com o recente incidente envolvendo o ex-presidente da Federação Espanhola de Futebol, que forçou um beijo em uma jogadora campeã do mundo.

O projeto sugere que a ONU inicie programas globais em colaboração com o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a FIFA para erradicar o racismo e a discriminação, aproveitando eventos esportivos de destaque, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, para promover campanhas nesse sentido. O documento foi obtido com exclusividade pelo jornalista Jamil Chade, no UOL.

O Brasil já conta com o apoio de países africanos e outras nações emergentes para a proposta. O governo brasileiro também trabalhou nos bastidores para garantir que o texto não se transformasse em uma acusação direta à Espanha, com a qual Madri se sentiu confortável.

A resolução expressa profunda preocupação com incidentes passados e recentes de racismo e discriminação no esporte, encorajando os órgãos esportivos a combater essas práticas por meio de iniciativas antirracistas e da aplicação de códigos disciplinares que imponham sanções a tais atos.

A votação sobre a proposta está marcada para ocorrer em 13 de outubro no Conselho de Direitos Humanos da ONU. Além do combate ao racismo, o texto também aborda a necessidade de envolver mulheres e meninas no esporte, reconhecendo as múltiplas formas de discriminação e violência de gênero que enfrentam no contexto esportivo.