Por Sandro Maranduera / Mídia NINJA

Uma semana após presenciarmos o ato heroico da professora Helley de Abreu Silva Batista, que lutou até a morte entre chamas, contra o vigia que num ato de loucura, cometeu atentado suicida vitimando até o momento mais de 9 crianças entre dois e quatro anos, causando ferimentos em mais de 40 pessoas entre professores e alunos. O sacrifício de Helley evitou que o número de vítimas fosse ainda maior, teve seu gesto de bravura e valentia reconhecido pela prefeitura de Janaúba, no Estado de Minas Gerais, que numa homenagem rebatizará a creche com o nome da educadora.

Já em Manaus, na distante e isolada capital do Amazonas, no norte do país, num ato de bravura e no instinto de guardiões da educação, professores se insurgem contra o prefeito Arthur Virgílio Neto do PSDB, que em seu segundo mandato, age como terrorista, contra educadores que solicitam explicações sobre a verba do FUNDEB, mais os 25% do orçamento da prefeitura destinada a pasta da educação.

Neste embate de David e Golias, o prefeito Arthur Neto, mostra o poder de um gigante, após se envolver em atos de nepotismo ao indicar o filho Arthur Virgílio Bisneto, como chefe da Casa Civil, utiliza dinheiro público para conquistar a simpatia de meios de comunicação, que costumam dar espaços a entrevistas coletivas em discurso onde tenta tirar o foco real sobre a paralização dos professores, apresentando prints fora do contextos de conversas em grupos de WhatsApp, para desqualificar o movimento o prefeito Arthur Neto chegou a denomina-los como “conspiradores sem compaixão”.

Por sua vês os professores solicitam que haja maior transparência na aplicação do recursos destinados à educação, A professora Gleice Antônia de Oliveira da comissão de Imprensa do Movimento FUNDEB PARA TODOS, em entrevista coletiva nesta última segunda-feira dia 09, relatou que: “Os recursos do FUNDEB devem ser aplicados em salários, pagamento de pessoal, formação, melhorias das estruturas das escolas, com a merenda escolar, com a segurança, etc. Só que nós que trabalhamos no chão da escola, no cotidiano da sala de aula, observamos uma discrepância tremenda entre os enormes valores que compõem o FUNDEB junto com os 25% do orçamento municipal destinados à Educação e a realidade da sala de aula e da escola. O que observamos são escolas com rachaduras nas paredes, tetos com goteiras, faltando forro, rede elétrica e de água totalmente improvisada, material didático insuficiente e de má qualidade, completo abandono e sucateamento dos equipamentos destinados à informática, práticas esportivas etc. A gente vê uma merenda de má qualidade, que não é regionalizada, que a quantidade é insuficiente. Além disso a gente é obrigada a viver salários totalmente despreciados, é muito, muito, muito pouco. Vemos a categoria sem assistência médica só pra dar um pequeno quadro da situação que vivemos”.

No meio disso tudo o prefeito da cidade não explica o destino dos recursos e ao estilo João Dória que parece se repetir no PSDB, lança pré-candidatura para presidência da república, em uma entrevista publicada na revista Veja, onde falou de tudo: “Eu sou liberal, ponto. Sou a favor de privatizar tudo, ponto. Sou a favor de um Estado que fiscalize o que foi privatizado, através de agências reguladoras independentes”. Mas evitou temas que envolvessem saúde e educação, logo após a divulgação da mesma o jornal Acrítica denunciou que: “uma semana antes da publicação da entrevista de Artur Neto (PSDB) ao site Amarelas.com, da revista Veja, a Prefeitura de Manaus pagou R$ 95.100,00 à publicação. A informação do pagamento está no site da Transparência da Prefeitura Municipal de Manaus, lançada dia 15/09. A edição impressa da Veja com data de 27 de setembro circulou com um anúncio de página inteira da Prefeitura, destacando os selos de eficiência em gestão conquistados recentemente”.

Os coordenadores do movimento ignorados pela imprensa local, nesse embate desigual contra a máquina de propaganda montada pelo prefeito, convocam todos os professores da rede municipal de Manaus, através de comunicação em redes sociais e WhatsApp, com vídeos e mensagens, para que nesta quarta-feira, dia 11, às 8h, na Praça da Polícia, uma nova manifestação contra a gestão municipal seja realizada com a mesma adesão das três últimas manifestações que ocorreram, denunciando a toda população a má utilização e falta de transparência dos recurso destinados à educação.