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Um motorista de aplicativo se recusou a levar uma passageira a uma aldeia indígena no Paraná e tirou ela à força e pelos cabelos do carro no meio do trajeto, após agredi-la verbalmente. A vítima Dayane Padilha é professora, descendente de indígenas e atua junto a uma comunidade em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

Dayane filmou a cena de agressão que sofreu do motorista da 99. No momento, ele estava voltando para o local onde buscou a passageira por se recusar a entrar em estrada sem asfalto. Conforme ela contou à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, eles começaram uma discussão e ele cobrou R$ 15 a mais para concluir o trajeto.

No momento em que ela começa a filmar, ele a chama de “pé-de-barro”. Ela conta ainda que ele a agrediu chamando-a de “índia piranha”. Dayane acredita que a agressão física foi motivada por ele ter percebido que estava sendo flagrado em vídeo. Assista abaixo:

“Estamos encaminhando a denúncia a todas as esferas para que a empresa e o condutor sejam responsabilizados. Agressões como essas não podem ficar impunes!”, escreveu o deputado estadual Goura (PDT-PR) ao compartilhar o vídeo da RPC.

Ao jornal, ela conta que o caso ocorreu na última quarta-feira (20) quando ela tentava chegar ao território para um evento do Abril Indígena. Ela se preparava para apresentar os trabalhos feitos por seus alunos sobre a cultura indígena para a comunidade, ação que só conseguiu fazer no sábado (23).

Ela conta que foi arrancada do carro, ralou as mãos e o joelho e teve um inchaço na cabeça por conta dos puxões de cabelo. Ela tentou registrar um boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher no mesmo dia, mas foi informada de que não era possível fazer o procedimento no local por não se tratar de um caso sobre a Lei Maria da Penha. Como a Delegacia de Piraquara fechou no feriado, ela só conseguiu registrar o B.O na sexta-feira (22).

A empresa 99 afirmou ao RPC que bloqueou o perfil do motorista e mobilizou uma equipe para oferecer acolhimento à vítima.