Camila é vitima constante da violência política de gênero e quer levar um mandato feminista e antirracista como deputada estadual
Camila Valadão disputa para deputada estadual pelo PSOL no Espírito Santo. Foto: Mídia NINJA
Assistente social, negra, mãe do Chico, trabalhadora, militante pelos Direitos Humanos e doutora em Política Social, Camila Valadão entrou para a política partidária com 17 anos e desde então constrói sua trajetória de lutas. Como primeira vereadora negra eleita em Vitória, ela decidiu colocar seu corpo para a disputa institucional.
Enfrentou o racismo e a violência política de gênero dentro da própria Câmara Municipal. Em um dos episódios, um dos vereadores da casa pede para Camila “calar a boca” e “ficar quietinha”, depois que ela pede para o colega limpar os papéis que rasgou durante seu discurso. Para ela essa é uma perseguição às mulheres que se propõe a participar da política e uma forma de tentar impedir o avanço. “A minha posição é a de denúncia e cobrança. Estou dando nome à violência, resistindo nesse espaço e resistindo à agressão.”, relatou
Desde o início de sua trajetória, tem se dedicado à luta das mulheres, dos povos pretos e periféricos, da população LGBTQIA+, das juventudes, das infâncias, dos trabalhadores e trabalhadoras.
Com a missão de levar um mandato feminista e antirracista para a Assembleia Legislativa, ela acredita que as cidades não foram pensadas para acolher mulheres e por isso elas serão prioridade em seu governo.
“Eu não topo construir nenhuma pauta, em nenhuma luta, que não coloque a vida das mulheres, o feminismo, como um eixo fundamental e estratégico. Não abro mão. Falar do feminismo é falar da construção de uma sociedade verdadeiramente emancipadora.”
Para a vereadora, um mandato político precisa incorporar as pautas que perpassam a vida das mulheres, pensando em maternidade, segurança, educação, reprodução social, creche, saúde, transporte público.
Campanha de Mulher
Esta entrevista faz parte da Campanha de Mulher, projeto autônomo de visibilidade para candidaturas feministas da ELLA – Rede Internacional de Feminismos.
A Campanha de Mulher é um trabalho informativo voltado ao interesse público, não configurando assim uma propaganda eleitoral. Reafirmamos nosso comprometimento com a defesa da democracia e com as pautas defendidas pelas candidaturas progressistas.
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