Se contribuíssem, US$ 37 bilhões poderiam ter sido gerados para financiamento climático só nos primeiros nove meses deste ano, destaca Mia Mottley

Mia é uma das principais vozes dos países ameaçados pelo aquecimento global (Kiara Worth/UN Climate Change)

 

Uma das principais vozes da COP26, a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley volta a ser destaque na COP27. Nesta segunda-feira (8), seu discurso era um dos mais aguardados. E não faltaram as esperadas críticas à indústria de combustíveis de fósseis. Seu país é um dos mais ameaçados pelo aumento do nível do mar, catapultado pelo aquecimento global.

Ela lembrou diversas catástrofes climáticas que atingiram o globo neste ano, como as ondas de calor na Europa e inundações no Paquistão.

Mia cobrou que a indústria de combustíveis fósseis deve contribuir 10% para fundo de perda e danos. “Como as empresas tiveram lucros de US$ 200 bilhões nos últimos três meses e não esperam contribuir com pelo menos 10 centavos de cada dólar de lucro para um fundo de perdas e danos?”.

Segundo ela, se houvesse sido pago o imposto de 10% sobre os lucros dos produtores de petróleo e gás sugerido por ela, US$ 37 bilhões poderiam ter sido gerados para financiamento climático só nos primeiros nove meses deste ano. O número é baseado nos lucros das 15 maiores empresas de petróleo e gás listadas, entre as quais, BP, Shell, Exxon e Aramco, entre outras. Valor que se aproxima das perdas econômicas das inundações no Paquistão.

Ela também criticou os países industrializados, por considerar que têm falhado com o mundo em desenvolvimento na crise climática. Disse que a prosperidade e altas emissões dos países ricos foram conquistadas à custa dos mais pobres no passado e agora, eles estão pagando a conta novamente pois são as principais vítimas do colapso climático que não foram eles os causadores.