Foto: Mauro Utida / Mídia NINJA

Após o pronunciamento de Jair Bolsonaro contra as medidas adotadas pelo próprio Ministério da Saúde contra a transmissão do novo coronavírus, a Associação Brasileira de Municípios (ABM) divulgou nota nesta quarta-feira, 25 de março, reafirmando a autonomia das prefeituras frente às ações para preservar a saúde da população.
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“Prefeitos brasileiros não aceitam serem chamados de “histéricos” ou de causarem a crise econômica. Prefeitos brasileiros não serão omissos nem negligentes e continuarão ao lado da população”, diz trecho do texto.

Leia a nota na íntegra

Nota da ABM – Associação Brasileira de Municípios

Prefeitos, como gestores e como lideranças em suas regiões, assumiram ações, desde o início da pandemia do coronavírus, para proteger a população de suas cidades. Foram ações no sentido de restringir a circulação, evitando o contágio; de ampliação da atenção à saúde, particularmente dos setores mais vulneráveis à gripe; assim como buscando garantir a segurança alimentar com ações como a manutenção da alimentação escolar, mesmo com as escolas fechadas.

Prefeitos, assim como governadores, fizeram isso seguindo as conclusões de cientistas pelo mundo afora, percebendo as consequências da pandemia em outras cidades de outros países, as orientações da OMS – Organização Mundial de Saúde –, e do Ministério da Saúde.

O Ministro da Saúde, segundo a imprensa, em reunião com prefeitos de capitais , defendeu, inclusive, o adiamento das eleições municipais marcadas para outubro, em função da pandemia, prevendo um prolongamento e agravamento da crise que inviabilizasse a realização das eleições, o que significa um nível de comprometimento do país que justificasse tal envergadura de ações.

Enquanto governos pelo mundo anunciam pacotes de ajuda bilionários à população, às empresas, principalmente as pequenas e médias, e aos governos locais, o governo brasileiro anuncia, com grande estardalhaço um pacote de possíveis 87 bilhões de reais, dos quais 16 bilhões seriam para repor perdas do FPM e FPE, 2 bilhões para repor recursos retirados do SUAS e 40 bilhões em incertos financiamentos futuros cujas linhas sequer foram delineadas.

Os prefeitos brasileiros continuarão defendendo a população de suas cidades, buscando o desenvolvimento sustentável de suas regiões e do país e enfrentando a crise da pandemia e a crise econômica com ações firmes, de olho no futuro do país. Portanto, prefeitos brasileiros não aceitam serem chamados de “histéricos” ou de causarem a crise econômica. Prefeitos brasileiros não serão omissos nem negligentes e continuarão ao lado da população.

Ary Vanazzi, prefeito de São Leopoldo/RS, presidente da ABM – Associação Brasileira de Municípios

Gilson Daniel, prefeito de Viana/ES, vice-presidente da ABM