Mulher indígena Guarani Kaiowá que foi atingida pelos pistoleiros (Divulgação)

Mais uma vez, vemos cenas lamentáveis, violentas, dolorosas, de um Estado que ataca os povos originários em nome daqueles que sempre tiveram, que sempre tiraram dos que pouco tem. O povo Guarani Kaiowá, que constantemente sofre ataques à sua cultura, território e modo de vida, está sendo massacrado desde a madrugada de sexta-feira, 24 de junho, no Mato Grosso do Sul, após realizarem a retomada de um de seus territórios.

No estado do Centro-Oeste, este povo indígena vive cercado por fazendas que a todo momento atacam suas terras, com constantes denúncias de templos sagrados incendiados, mulheres agredidas, espancamentos, assassinatos e muita violência, e neste momento, o povo Guarani Kaiowá sofre forte ataque de pistoleiros misturados à polícia, que faz reintegração de posse sem qualquer documento ou ordem judicial. Esse crime acontece no município de Amambai (MS), no Tekoha Gwapo’y Mi Tujury, e relatos contam que chegaram três viaturas e até mesmo um helicóptero, atirando nos indígenas, com duas mortes inicialmente. Há a informação de que policiais não deixaram indígenas baleados serem atendidos no hospital do município de Amambai por “estarem muito violentos”. Já foi solicitado a secretários da cidade auxílio na defesa dos Guarani Kaiowá, mas nenhuma autoridade se pronunciou.

Diversas imagens fortes foram divulgadas, mostrando a extrema violência com a qual os Guarani Kaiowá estão sendo atacados. Há cenas de mais assassinatos, informações da morte de crianças e desaparecimentos, além de muitas agressões. Um dos vídeos registra o momento que um helicóptero atira nos indígenas, e outra cena mostra o momento que policiais estão prestes a executar um indígena.

A Assembleia Geral do Povo Guarani Kaiowá – Aty Guasu, publicou uma nota sobre a violência sofrida por seu povo, cobrando atitudes do poder público e dos representantes políticos. “A Assembleia Geral do Povo Kaiowá Guarani – ATY GUASU, cobra dos Governantes que que justiça seja feita, que medidas sejam tomadas, que esse genocídios para com os Povos Originários acabem, que o direito a vida seja respeitado, que a demarcação seja realizada e o diálogo e respeito entre os povos. A comunidade indígena encontra-se revoltada com os acontecimentos e mais uma vez, espera por justiça.”