Uma mulher que trabalha como porteira há 12 anos em um prédio em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, foi agredida por um morador na última quinta-feira (17). Ela relata racismo na agressão que sofreu. Ele havia se irritado depois que a funcionária permitiu o acesso de um oficial de Justiça, que entregou ordem de despejo para o agressor.

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O momento foi registrado pelas câmeras de segurança do local. “Fiquei em pânico”, disse a funcionária em entrevista ao G1.

“Começou a me chamar de negra, que eu não servia para aquele serviço, que, se acontecesse isso de novo, de alguém subir, ele iria quebrar a minha cara. Não era a primeira vez que o oficial de Justiça ia atrás dele”, afirmou.

Segundo a mulher, o oficial de Justiça chegou ao prédio procurando o morador. Ela tentou falar com ele por telefone, mas não foi atendida. Dessa forma, o oficial subiu até o apartamento para intimar o agressor, que culpou a vítima pela situação.

“Eu tentei explicar para ele que é regra do condomínio, a gente não pode barrar oficial de Justiça nem polícia. Ele não estava entendendo e disse: ‘Eu não quero saber de polícia na porta do meu apartamento nem oficial de Justiça’. Eu disse que não tinha como barrar”, contou.

“Eu espero que exista Justiça para não acontecer isso com as mulheres. A gente sai para trabalhar, deixa filhos em casa. A gente sai para trabalhar porque precisa”, destacou a trabalhadora.