Lucas Henrique Vicente, comerciante negro de 27 anos, morreu baleado em uma abordagem policial no último domingo (20), na Brasilândia, Zona Norte de São Paulo. Vídeos do momento da execução mostram os tiros disparados diante da família, que estava desesperada tentando interromper uma abordagem violenta dos policiais contra a vítima. Ele estava com esposa, os dois filhos, uma afilhada e estavam indo a um churrasco.
Os policiais pararam o carro, solicitaram os documentos do veículo e do motorista até começar uma briga. A família disse que a discussão começou porque a abordagem policial foi desrespeitosa. Testemunhas contam que os policiais tiraram Lucas do carro de forma agressiva e que ele estava desarmado. Imagens gravadas por transeuntes mostram policiais chutando um homem negro no chão. Diversas pessoas na rua pediam para os policiais pararem.
Abordagem “padrão” da @PMESP termina em execução na região da Brasilândia, em São Paulo. O jovem Lucas Casemiro, de 27 anos, se irritou com a abordagem truculenta dos policiais, entrou em luta corporal e acabou executado numa ação envolvendo ao menos 3 PMs, que fizeram 3 disparos pic.twitter.com/t0za7kq2Bt
— Ariel Castro Alves (@DeCastroAlves) February 22, 2022
Em entrevista à TV Globo, a esposa de Lucas conta que o policial estava alterado e havia começado a agressão. “Ele (Lucas) só olhou para o lado assim, e o policial perguntou o que ele estava olhando. Ele disse que não estava olhando para lugar nenhum e aí já começou a discussão e a briga”, disse.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que os policiais envolvidos foram afastados e o caso está sob investigação do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Conforme noticiado no G1, há registros de que o carro já foi usado em um roubo e Lucas já tinha sido preso uma vez.
Para o ouvidor das policiais do estado de São Paulo, Elizeu Soares Lopes, a abordagem que os policiais tiveram ao verificar a ficha de Lucas já começou violenta. Como o jovem foi imobilizado até ser morto a tiros, o ouvir considera, “salvo melhor juízo”, os indícios de que houve uma execução.