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A Polícia Civil do Estado de São Paulo pediu a prisão preventiva do empresário Saul Klein nesta quinta-feira (28). Klein foi indiciado por crimes sexuais contra 14 mulheres, com idades entre 16 e 24 anos, além de outros crimes. O caso segue para análise do Ministério Público (MP).

Um inquérito de 90 páginas pede a prisão preventiva do empresário e mais nove pessoas por outros crimes como organização criminosa, submissão de trabalho análogo à escravidão, tráfico de mulheres para fins de exploração sexual, estupro, estupro de vulnerável, manutenção de casa de prostituição e falsificação de documento público.

Conforme a delegada Priscila Camargo, titular da Delegacia de Defesa da Mulher de Barueri, na Grande São Paulo, ainda há outras pessoas a serem indiciadas. O inquérito tramita há mais de 15 meses.

Com 68 anos, Saul Klein é filho de Samuel Klein, fundador das Casas Bahia, morto em 2014. A Via, atual proprietária das Casas Bahia, informou que Saul não possui qualquer vínculo ou relacionamento com a companhia. Ele vendeu sua parte societária em 2009.

Até agora, foram ouvidas 20 vítimas, que aceitaram testemunhar no inquérito. Elas dizem que eram abordadas na rua, ou convidadas via redes sociais, e recrutadas para um apartamento onde trabalhariam como modelos ou panfletadoras. Contudo, elas descobriram depois que seriam submetidas a manter relações sexuais com o empresário, e ficar à disposição dele 24h por dia.

Conforme aponta o inquérito, em publicação na CNN, elas iam ao apartamento de forma não desejada ou mediante violências físicas ou psicológicas feitas pelos coautores e demais integrantes da organização. “Às vezes após intenso uso de bebidas alcoólicas e/ou remédios”. A remuneração das vítimas era em média de R$ 1 mil até R$ 3 mil por fim de semana.

Em um programa do Fantástico, na TV Globo, há 2 anos, algumas delas contaram detalhes sobre a aproximação com o empresário e a participação nas festas que teriam sido promovidas por ele.

“A gente tinha que falar com voz fina, vozinha de criança. Tinha menina que tinha que andar de boneca pela casa. As novatas ficavam bem chocadas, não podiam ir embora, a casa era cercada de seguranças e muros”, disse uma das vítimas à época.