JARDINEIROS está disponível em todas as plataformas de streaming digital

Foto: Divulgação

A banda Planet Hemp lançou na madrugada desta sexta, 21, o álbum ‘JARDINEIROS’ pela gravadora Som Livre. O lançamento marca o retorno de uma das bandas mais influentes da música brasileira, formada por Marcelo D2, BNegão, Formigão, Pedro Garcia e Nobru. O disco foi produzido pela própria banda ao lado de Mario Caldato, responsável pela finalização do álbum em Los Angeles (EUA), Nave e Zegon.

Após 22 anos de ‘A Invasão do Sagaz Homem Fumaça’, último disco da banda, o projeto apresenta ao mundo 15 faixas inéditas, incluindo feats com nomes como Black Alien, ex-integrante da banda, e Criolo, no single ‘DISTOPIA’ que já bateu 1 milhão de visualizações no Youtube. Tropkillaz e um sample da MC Carol de Niterói também incrementam o disco.

JARDINEIROS faz jus ao legado ativista e questionador da banda. Debate temáticas políticas pertinentes como fascismo, fanatismo religioso, violência policial, e a marca da identidade do grupo desde a fundação, a maconha. “O momento político cobrou nossa volta”, declarou BNegão, vocalista da banda, em uma entrevista para a CNN Brasil.

“REPENSE. REFLITA. RECUSE. RESISTA.” O trecho da segunda faixa do álbum, DISTOPIA, caracteriza o que Planet Hemp quer transmitir após o hiato. A banda atendeu a um chamado que apenas eles poderiam cumprir, visto sua consolidação como grupo revolucionário nos anos 90 e 2000. Com uma mistura de ritmos, imbuídos de rock, guitarra estridente e a lírica do rap, a banda manteve sua essência após duas décadas, dessa vez, amadurecida por carreiras individuais consolidadas e ideais políticos firmados.

O disco começou a ser produzido em 2019, quando a banda fez uma viagem em retiro de 10 dias para a Bahia. No início do mesmo ano, Marcelo Yuka, fundador do “O Rappa” e amigo da banda, faleceu. A faixa abre-alas do disco, MARCELO YUKA, é uma homenagem ao músico. O álbum carrega uma mensagem saudosista, homenageando nomes que ajudaram a construir a estrada e a estética da banda, além de difundir a identidade criada por ela.

Marcelo D2, o vocalista, postou em suas redes sociais como o processo de criação do disco passou por valorizar o passado e seus amigos: “Temos que fazer um disco que represente nossos irmãos, queremos que o Skunk e o Speed, onde estiverem, se orgulhem da gente”. D2 também postou uma foto acompanhado de Skunk, amigo com quem fundou o Planet Hemp. Skunk faleceu um ano após a formação da banda.

“Não sei o que seria da minha vida se não tivesse encontrado esse cara aí, essa daqui é pra vc Skunk sua chama ainda tá viva. Dedicado também ao Speed, Marcelo Yuka, @blackalienofficial e @bnegaooficial”.

A participação de Black Alien, ex-membro da banda e parte da vanguarda do rap, também corrobora essa narrativa, além de ter sido motivo de comentários e comemorações por parte dos fãs.

E a maconha? Tendo em vista as décadas que se passaram e o ineditismo do retorno triunfal, a forma como o assunto seria tratado ainda era uma incógnita. Mas, como esperado, a essencial e indispensável temática está centralizada no álbum e o Planet continua dissipando o antiproibicionismo por meio da música, denunciando o preconceito e a violência que estão em torno da maconha e seu consumo.