Foto: Valter Campanato / Agencia Brasil

O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) para instaurar um inquérito e investigar a conduta do ministro da Educação, Milton Ribeiro, em polêmica envolvendo tráfico de influência de pastores em seu gabinete. Em áudio vazado nesta semana, o ministro é flagrado descrevendo suposto favorecimento a pedidos de pastores na concessão de verbas públicas do MEC.

Segundo material divulgado pela PGR, se autorizado, o inquérito vai apurar “se pessoas sem vínculo com o Ministério da Educação atuavam para a liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado à pasta”.

Aras diz no pedido que, em momento algum, Milton Ribeiro “negou ou apontou falsidade no conteúdo da notícia veiculada pela imprensa, admitindo, inclusive, a realização de encontros com os pastores nela mencionados”.

O pedido será analisado pela ministra Cármen Lúcia. Se a Corte autorizar, a PGR poderá abrir inquérito e decidir se apresenta uma denúncia contra o ministro e outros suspeitos ao STF.

Nesta quarta-feira (23), o caso ganhou ainda mais repercussão quando uma reportagem do Estado de S. Paulo informou que os pastores que controlam a agenda do ministro e fazem lobby para o repasse de recursos negociam com prefeitos trocas em dinheiro e até em ouro.

Desde a última sexta-feira, foi revelado o funcionamento de uma espécie de gabinete paralelo ao Ministério da Cultura formado por um grupo de pastores ligados ao ministro da pasta, Milton Ribeiro, também pastor. Eles atuam como lobistas, sem ter nenhum vínculo com a administração pública. Eles também não teriam nenhuma ligação com a área da educação.

Pastor pediu a prefeito 1kg de ouro em troca de recursos do MEC

Em áudio, ministro da Educação diz priorizar recursos a prefeitos amigos de pastor