Nesta sexta-feira, 20 de outubro, a Polícia Federal deflagrou a operação “Última Milha” com o objetivo de investigar o uso indevido de um sistema de geolocalização de dispositivos móveis por servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), durante a gestão Bolsonaro, sem a devida autorização judicial. A operação resultou em 25 mandados de busca e apreensão, dois mandados de prisão preventiva, além de “medidas cautelares diversas da prisão” nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

As medidas judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em resposta às investigações da Polícia Federal, que apontaram o uso indevido do sistema de geolocalização como uma intrusão na infraestrutura crítica de telefonia brasileira. De acordo com a PF, a rede de telefonia teria sido invadida reiteradas vezes, utilizando um serviço adquirido com recursos públicos.

Além disso, a operação investiga a atuação de dois servidores da Abin que, diante da possibilidade de demissão em um processo administrativo disciplinar, teriam utilizado o conhecimento sobre o uso indevido do sistema como meio de coerção indireta para evitar a demissão. Essa ação é vista como uma grave violação da ética e da lei.

Se condenados, os servidores envolvidos nesse esquema responderão pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. A ação da Polícia Federal demonstra o comprometimento com a investigação e a punição de irregularidades que possam comprometer a segurança e a privacidade dos cidadãos.

A Agência Brasileira de Inteligência ainda não emitiu um comunicado oficial em resposta à operação, mas espera-se que uma declaração seja divulgada em breve.

*Com informações da Agência Brasil