Escavações de área apontada por Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”, como sendo o local onde teriam sido ocultados os remanescentes humanos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico, Dom Phillips, levam as investigações a uma nova fase.

É o que afirmou o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Eduardo Alexandre Torres em coletiva de imprensa nesta noite de quarta-feira (15). Segundo ele, a partir das novas descobertas, a próxima etapa é a de identificação desses remanescentes “que estão sendo colocados com a maior dignidade, visando preservar também a cadeia de custódia de provas”, explicou.

“Seguem para nosso instituto de criminalística em Brasília onde será realizada essa identificação de remanescentes humanos, com tecnologia internacional que é adotada e reconhecida pela Interpol, sendo que o Reino Unido é integrante da Interpol. Sendo comprovados que esses remanescentes humanos são relacionados a Dom e Bruno, a família será comunicada”, disse Torres.

Segundo o superintendente, é essa perícia que vai apontar a causa da morte, circunstâncias do crime. “Obviamente, aliado com a investigação que ainda está ocorrendo, em caráter sigilos, realizando novas diligências e novas prisões devem ocorrer a qualquer instante”, afirmou.

Segundo o superintendente da PF no Amazonas, o o suspeito Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, assumiu que houve crime contra Bruno e Dom. “Ontem à noite, o primeiro preso, Amarildo, voluntariamente confessou o crime. Perante os delegados da polícia civil e federal narrou o crime em detalhes”.

A demora nas informações, nesta quarta-feira (15), segundo Torres, se deveu à dificuldade de acesso à região indicada por Amarildo. Ele contou que foi realizada reconstrução do crime com autorização judicial, que foi filmada e que depois foram ao local onde Amarildo indicou que havia enterrado os corpos e afundado a embarcação. Área onde foram encontrados os pertences de Bruno e Dom. A embarcação será resgatada nesta quinta-feira (16). O superintendente da PF contou que como já havia sido aventado, ela estava sem o motor e foi afundada com cargas de areia.

Questionado pela BBC sobre o porquê de em nenhum momento o comitê de crise formado pelas forças de segurança mencionar o suporte dos indígenas nas buscas, Torres tentou se retratar. Afinal, foram os indígenas, em especial a equipe de vigilância do Vale do Javari que desde as primeiras horas do desaparecimento de Bruno e fizeram as primeiras incursões. E foram também eles quem alertaram as autoridades de segurança e justiça, sobre o desaparecimento do indigenista e do jornalista britânico.

“Foi um equívoco a gente não mencionar que o trabalho foi realizado com parceira com ribeirinhos, indígenas locais. Muitos deles nos acompanharam nas embarcações, aeronaves. Então sim, foi fundamental”.

Amarildo e o irmão, Oseney da Costa de Oliveira seguem presos em Atalaia do Norte.