“Não é com mais venenos que vamos alimentar o Brasil. Não é com mais soja que vamos ficar ricos”, escreveu Paola Carosella em sua conta no Instagram. A chef tem se somado junto a diversos ativistas ambientais e agroecológicos contra o chamado Pacote do Veneno (PL 6299/2002), que visa flexibilizar a restrição de agrotóxicos no país.

“A verdadeira riqueza de um povo mora no relacionamento justo das pessoas com o espaço, na troca saudável dos seus corpos com o entorno, a terra, a água, o mangue o mar”, diz. “Não ao PL do veneno! Sim à reforma agrária, à agroecologia, à cultura e à soberania alimentar!”.

No dia 9 de fevereiro, 301 deputados votaram a favor do Pacote do Veneno. O texto é ferrenhamente defendido pela bancada ruralista há anos e visa substituir a Lei n.º 7.802 de 1989, conhecida como a Lei do Agrotóxico, um importante marco no processo de redemocratização do país e na articulação política entre a saúde coletiva e o ambientalismo, com amplo apoio de sindicatos, movimentos sociais e setores da sociedade civil.

O “Pacote do Veneno” visa dar mais autonomia ao Ministério da Agricultura, hoje presidido pela ministra Tereza Cristina, também mundialmente conhecida como a “musa do veneno”, e permitir que novas substâncias sejam aprovadas sem avaliação prévia da Anvisa e do Ibama, através de registros temporários, além de retirar a obrigatoriedade da apresentação de receituário para venda dos agrotóxicos. O projeto ainda quer mudar o nome “Agrotóxico” para “Defensivo Fitossanitário” para melhorar a imagem dos produtos.

A aprovação se deu em menos de 4 horas com o plenário analisando o pedido de urgência e o mérito do projeto, de forma extremamente acelerada sem participação popular e com uma ampla mobilização de movimentos sociais contra.

Com informações da Campanha Contra os Agrotóxicos.