Ativistas realizam ações simultâneas em Cáceres (MT) e Sharm El-Sheikh, no Egito para denunciar ataques do governador Mauro Mendes contra o bioma

Governador de MT sancionou a Lei 11.861/2022, que permite a pecuária extensiva em áreas de proteção permanente (Divulgação)

 

Ambientalistas, povos tradicionais e militantes de movimentos sociais reunidos no Egito e no Brasil denunciam ao mundo os graves crimes cometidos contra a maior área alagada do planeta, compartilhada por Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina. Segundo estudo do MapBiomas, o Pantanal já perdeu 74% de sua superfície de água desde 1985 e corre risco de desaparecer ainda neste século. Reunidos na cidade de Cáceres, no estado brasileiro do Mato Grosso, os ativistas pedem apoio dos participantes da #COP27, especialmente denunciando os ataques do governador Mauro Mendes contra o Pantanal. Ações também foram realizadas na COP27.

Em agosto, o governador do Mato Grosso Mauro Mendes – que está presente na COP – sancionou a Lei 11.861/2022, que permite a pecuária extensiva em áreas de proteção permanente e a implantação do cultivo de pastagem em até 40% da área de propriedades na planície inundável. Essa lei criminosa já está sendo contestada por ser inconstitucional, mas é necessário denunciar mundialmente os ataques feitos por Mauro Mendes e pelo agronegócio.

Ativistas realizaram intervenção no Pantanal cacerense (Divulgação)

Na cidade de Cáceres, no Mato Grosso, os ativistas se reuniram às margens do Rio Paraguai, principal rio da região, mandando um alerta sobre a situação do bioma; o rio atingiu o segundo menor nível em 121 anos em 2021.

No Egito, em uma ação em Sharm el-Sheikh, ativistas lembram que esse processo de destruição do bioma está chegando ao limite de uma possível não recuperação, alertando que o projeto de Mauro Mendes é claro: “O Pantanal vai virar deserto”. A ação foi realizada em Sharm el-Sheikh, cidade-sede da COP27, mesmo com toda a repressão do Egito contra ativistas.

Além da agropecuária, o Pantanal sofre ameaças como o projeto de ampliação da Hidrovia Paraguai-Paraná, a implantação de dois novos portos, assim como a construção de mais de 135 novas barragens de hidrelétricas na Bacia do Rio Paraguai. No dia em que deveria ser celebrada a beleza e a importância do Pantanal, a população brasileira pede apoio internacional contra a destruição desse patrimônio de toda a humanidade.

Via: Escola de Ativismo