Em uma demonstração marcante de apoio à causa palestina, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, desembarcou em Ramallah, na Cisjordânia, neste domingo (17). Vieira começa a liderar o processo para que o Estado Palestino seja reconhecido como membro da Organização das Nações Unidas, em meio à crise humanitária que assola Gaza provocada pelos bombardeios das forças militares israelenses.

Ao lado do chanceler palestino Riyad Al Maliki, Mauro Vieira selou um acordo de cooperação no qual o Brasil se compromete a liderar a campanha pela admissão da Palestina. Essa iniciativa visa a ampliar a voz e os direitos do povo palestino no cenário internacional, além de reforçar a busca por uma solução pacífica e duradoura para o conflito na região.

“É ilegal e imoral retirar o acesso das pessoas à comida e à água. É ilegal e imoral atacar operações humanitárias e quem está buscando ajuda. É ilegal e imoral impedir os doentes e feridos de assistência de saúde. É ilegal e imoral destruir hospitais, locais sagrados, cemitérios e abrigos”, afirmou Vieira durante seu discurso em Ramallah, ressaltando o compromisso do Brasil com os direitos humanos e a justiça internacional.

Foto: MRI

Além do compromisso político, o Brasil anunciou que continuará a contribuir financeiramente para a agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA), mesmo que a quantia anual de US$ 75 mil represente mais um gesto simbólico do que um impacto prático diante das necessidades urgentes em Gaza.

A visita de Mauro Vieira à região, que inclui também paradas na Jordânia, Líbano e Arábia Saudita, marca a viagem do chanceler brasileiro ao Oriente Médio. Notavelmente ausente do roteiro está Israel, que declarou o presidente Lula como “persona non grata”, após o Brasil repudiar os ataques contra civis palestinos.