Plano do Ministério da Economia para um eventual segundo mandato de Bolsonaro inclui congelamento de salário mínimo e aposentadorias

Paulo Guedes, ministro da Economia. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Em novo documento vazado sobre um estudo elaborado pelo Ministério da Economia, comandado pelo ministro Paulo Guedes, o Jornal O Estado de S. Paulo revela o plano econômico para um eventual segundo mandato de Jair Bolsonaro (PL) que propõe a retirada das despesas com educação e saúde da dedução do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

O documento obtido pelo Estadão possui 10 páginas e foi preparado após o término do primeiro turno da eleição. A justificativa é de que resultaria numa economia de R$ 30 bilhões para o caixa do governo federal e, dessa maneira, compensaria parte das promessas que Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, tem feito para um eventual segundo mandato.

Procurado, o ministro Paulo Guedes, por meio de sua assessoria, refutou a proposta e a classificou como “totalmente descabida de fundamento”. Porém, o ministro justificou a existência do estudo e alegou que tais levantamentos são realizados “de forma corriqueira” no ministério.

No estudo feito pela equipe de Paulo Gudes, os economistas preveem, com a dedução dos gastos com saúde, uma economia de R$ 24,5 bilhões ao ano. Por sua vez, com educação anteveem, com o fim do desconto no Imposto de Renda com despesas educacionais, um aumento de R$ 5,5 bilhões na receita da gestão federal.

A lei atual não estabelece teto para deduções com despesas de saúde da base de cálculo do Imposto de Renda. No caso da educação, o contribuinte pode abater até R$ 3.561,50 por dependente.

Salário mínimo e aposentadoria

Caso Bolsonaro conquiste mais quatro anos à frente do Palácio do Planalto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, prepara uma proposta para eventual novo governo de extrema direta chamado “novo marco econômico”

Na semana passada, a Folha de S. Paulo teve acesso ao plano econômico de Guedes e revelou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que deve ser apresentada no dia seguinte ao segundo turno das eleições, caso Bolsonaro conquiste mais quatro anos à frente do Palácio do Planalto, que propõe o fim da correção pela inflação passada do salário mínimo e dos benefícios previdenciários.

A PEC estabelece que o salário mínimo e os benefícios previdenciários “deixam de ser vinculados à inflação passada […] a nova regra considera a expectativa de inflação e é corrigido, no mínimo, pela meta de inflação”.

Com a mudança proposta por Guedes, abre-se a possibilidade de uma correção do salário mínimo e dos benefícios previdenciários abaixo da inflação. Ou seja, o plano de Guedes prevê uma não atualização do salário mínimo, diminuindo ainda mais o poder de compra das famílias brasileiras. Bolsonaro e Guedes pretendem congelar o salário e as aposentadorias.

Com informações do Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e Revista Fórum

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