Delegação brasileira quebra recordes e realiza campanha histórica com mais de 200 medalhas.

Foto: Miriam Jeske/COB

Por Mariana Walsh

Na décima nona edição dos Jogos Pan-Americanos, realizada no Chile, o Time Brasil fez história. Em Santiago, os atletas brasileiros conquistaram 66 ouros, 73 pratas e 66 bronzes, totalizando 205 conquistas. Com a segunda colocação no quadro geral de medalhas, essa foi a melhor campanha do país – que bateu o recorde de de ouros e total de medalhas em uma única edição. Confira abaixo alguns momentos inesquecíveis da delegação verde e amarela na competição:

O protagonismo da ginástica brasileira 

Com um show de Rebeca Andrade e Flávia Saraiva, a ginástica artística confirmou o bom momento vivido. No total foram 14 medalhas conquistadas, 8 com as mulheres e 6 com os homens. O país também brilhou na ginástica rítmica, com 13 medalhas, subindo no lugar mais alto do pódio em todas as provas da modalidade. Já na ginástica de trampolim, os atletas brasileiros arremataram três pratas e um bronze.

O retorno ao topo da esgrima

Após cinquenta e seis anos, o Brasil voltou a subir no lugar mais alto do pódio na esgrima. A única medalha de ouro que o país havia conquistado na modalidade foi em 1967, com Arthur Ribeiro. Dessa vez, o feito veio através das mãos da equipe feminina, que venceu o Canadá por 45 a 40 na final da espada, colocando fim ao jejum e levando a bandeira verde e amarela ao topo novamente. 

O título que faltava de Rafaela Silva

Depois de ser campeã mundial e olímpica, o título pan-americano era o que faltava para o currículo de Rafaela Silva. Em 2019, a judoca ganhou a medalha de ouro, mas posteriormente teve que devolvê-la após ser pega no doping. Foram dois anos sem competir, mas de volta aos tatames, ela conquistou o título que lhe foi tirado. Para além do ouro tão almejado por Rafaela, o judô também foi responsável por garantir 16 medalhas para o Brasil. 

A histórica medalha do beisebol

Essa talvez seja a medalha mais inesperada que o Brasil conquistou na capital chilena. Desbancando favoritos ao longo da competição, a seleção brasileira de beisebol fez uma campanha memorável rumo a final. Com pouco investimento e alguns jogadores amadores no time, eles se consagraram com a medalha de prata – que teve um gostinho especial de ouro. 

A potência do boxe brasileiro

A modalidade teve grande destaque no Chile, conquistando incríveis 11 medalhas. Beatriz Ferreira, Caroline Almeida, Jucielen Romeu e Bárbara Santos levaram o ouro em suas categorias. Tatiana Chagas, Keno Marley, Michael Douglas e Abner Teixeira ficaram com a prata. E, Viviane Pereira, Luiz Oliveira e Yuri Falcão levaram a medalha de bronze para casa. 

A inesquecível campanha de Laura Pigossi

Em 1987, a tenista Gisele Miró foi campeã pan-americana no simples feminino. Trinta e seis anos depois, Laura Pigossi quebrou o jejum e colocou o Brasil novamente no topo do pódio na categoria. Não satisfeita, Laura também foi campeã nas duplas femininas, ao lado de Luisa Stefani. O tênis brasileiro ainda conquistou mais um ouro com Gustavo Heide e Marcelo Demoliner nas duplas masculinas, uma prata com Luisa Stefani e Marcelo Demoliner nas duplas mistas, e um bronze com Thiago Monteiro no simples masculino.

O domínio do handebol feminino no continente

Sem perder nenhum jogo, as brasileiras conquistaram novamente a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos. Desde 1999, a seleção feminina de handebol sobe no lugar mais alto do pódio no torneio, totalizando 7 títulos consecutivos. A nova conquista, consolida ainda mais a hegemonia brasileira na modalidade dentro das Américas.

A natação e o atletismo brasileiro

Duas das modalidades mais tradicionais, a natação e o atletismo sempre são responsáveis por garantir diversas medalhas para o país. Nesta edição, foram 25 pódios nas piscinas e 23 nas pistas. Destaque para o nadador Guilherme Costa, mais conhecido como Cachorrão, e o velocista Renan Gallina, que conquistaram quatro e dois ouros, respectivamente. 

Elas no topo

Se o esporte olímpico brasileiro viveu dias de protagonismo em Santiago, muito se deve às mulheres. O bom desempenho do Brasil na competição continental está diretamente ligado ao desempenho delas, que foram responsáveis pela maioria das medalhas conquistadas. Dentre as 205 vezes que o país esteve no pódio, 95 foram com elas, 92 com eles e 18 em provas mistas. Além disso, foram elas que trouxeram a maior parte das medalhas de ouro, já que se consagraram campeãs em 33 ocasiões.