Ministério Público do Trabalho/Reprodução

O Ministério Público do Trabalho, através da Operação Sushi Paulistano realizada no dia 22 de agosto, resgatou 17 pessoas de trabalho análogo à escravidão em três restaurantes de comida japonesa da zona norte  da cidade de São Paulo.

Segundo as informações de Leonardo Sakamoto ao portal Uol, os trabalhadores foram resgatados dos restaurante Sushi Tucuruvi Delivery, Sushi Vila Gustavo e o Hajime Sushi Bar Tucuruvi, que fazem parte do mesmo grupo econômico que compartilhava a mão de obra do grupo fiscalizado pela força tarefa. A maioria dos trabalhadores é dos estados da Paraíba e do Piauí.

A jornada de trabalho nesses restaurantes começava às 8h00 e ia até após das 23h. Os trabalhadores preparavam os pedidos até que o último fosse atendido. Um dos trabalhadores chegou a fazer mais de 60 horas semanais. Além da sobrejornada, os empregados estavam sem registro, tinham suas gorjetas apropriadas pelos restaurantes e viviam em condições humanas precárias.

De acordo com a fiscalização, as condições nas duas casas que serviam de moradia aos trabalhadores se encontravam em estado degradante, sem chuveiro com água quente em pleno inverno paulista, com colchões sem roupas de cama e imundos.

“Era uma imundice, uma situação inaceitável”, ralatou à UOL  o auditor fiscal do trabalho Paulo Warlet, que coordenou a ação. De acordo com ele, a atmosfera do alojamento era um odor misto de suor e urina e havia sujeira e sujeira em abundância.

Diante da situação degradante, elemento que determina o trabalho escravo contemporâneo, a fiscalização autuou os restaurantes e as rescisões trabalhistas foram pagas no último dia 29. Parte dos trabalhadores voltaram para o seu estado de origem e receberão parcelas do seguro-desemprego. Os restaurantes autuados permanecerão sendo fiscalizados nos próximos quatro meses.

A reportagem de Leonardo Sakamoto tentou contato com os proprietários, mas não obteve sucesso. Segundo o gerente de um dos restaurantes, a empresa solucionou os problemas relacionados ao alojamento precário, comprou colchões, pagou os direitos trabalhistas e as multas e depois recontratou os que quiseram voltar. “Já está tudo resolvido”, afirma.