Os crimes sob investigação são fraudes em licitação, lavagem de dinheiro e associação criminosa na estatal que foi loteada pelo Centrão; Operação da PF apreendeu R$ 1,3 milhão em dinheiro vivo na residência de um dos investigados

Operação da PF apreendeu R$ 1,3 milhão em dinheiro vivo na residência de um dos investigados. Foto: Divulgação

Loteada pelo Centrão, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) foi alvo de uma operação da Polícia Federal, nesta quarta-feira (20), que investiga ‘associação criminosa estruturada para promover’ fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro.

Conforme reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a estatal – que se tornou feudo do Centrão – operacionalizou a distribuição de verbas do orçamento secreto. Com Jair Bolsonaro (PL), a Codevasf inchou e virou a estatal do Centrão, tendo o seu presidente indicado por Arthur Lira (PP) e por Ciro Nogueira (PP), líderes do bloco. Além disso, o Centrão nomeou seis parentes de deputados e senadores para o quadro de funcionários. São duas mulheres, dois filhos, uma irmã e um sogro de três deputados federais e dois senadores.

A operação da PF nomeada Odoacro cumpriu uma ordem de prisão temporária contra o empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como ‘Imperador’ e vasculhou 16 endereços nas cidades de São Luís, Dom Pedro, Codó, Santo Antônio dos Lopes e Barreirinhas. O alvo principal da ofensiva é a empresa Construservice. Na residência de um dos investigados, no Maranhão, a operação apreendeu R$ 1,3 milhão em dinheiro vivo.

Investigação

Cerca de 80 policiais participaram das diligências, ordenadas pela 1ª Vara Federal de São Luís a partir de uma representação elaborada pela Polícia Federal.

A corporação diz que as apurações identificaram um ‘engenhoso esquema de lavagem de dinheiro, perpetrado a partir do desvio do dinheiro público proveniente de procedimentos licitatórios fraudados’.

Os investigadores apontam que o esquema envolve a constituição de empresas de fachada, pertencentes formalmente a ‘laranjas’ e faticamente ao líder do grupo, ‘para competir entre si, com o fim de sempre se sagrar vencedora das licitações a empresa principal do grupo, a qual possui vultosos contratos com a Codevasf’.

“O líder desse grupo criminoso, além de colocar as suas empresas e bens em nome de terceiros, ainda possui contas bancárias vinculadas a CPFs falsos, utilizando-se desse instrumento para perpetrar fraudes e dificultar a atuação dos órgãos de controle”, disse a corporação em nota.

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