Ao final do debate, o candidato Eduardo Leite estendeu a mão para um cumprimento de cordialidade e Onyx o ignorou e saiu. Foto: Mateus Bruxel / Agencia RBS

Durante o debate entre os candidatos ao governo do Rio Grande do Sul realizado pela Rádio Gaúcha na manhã desta sexta-feira (14) o ex-ministro de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni (PL), negou ter tomado as doses da vacina contra a covid-19 recomendadas pelo Ministério da Saúde e fez ataques à Anvisa, órgão responsável pela autorização do uso do medicamento no Brasil.


Em sua gestão no governo Bolsonaro, Onyx Lorenzoni foi responsável por assinar uma invoice (ordem de pagamento) com dezenas de erros apontados na CPI da Covid pela senadora Simone Tebet. O documento fazia parte do processo de assinatura do contrato da Covaxin, compra de vacina que possuia sérios indícios de corrupção apresentados na comissão parlamentar.

No relatório da CPI, Onyx, na condição de Ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, foi indiciado por crimes contra a humanidade nas modalidades extermínio, perseguição e outros atos desumanos. No Brasil, foram quase 700 mil mortes pela doença.

Além de colocar em suspeição a vacina já amplamente testada e validada em todo o mundo, Onyx segue a postura negacionista do presidente e afirma, errôneamente, que a Anvisa é um órgão que faz apenas análise documental e não análise científica.

A afirmativa não procede e foi desmentida pelo próprio sistema de checagens da Rádio Gaúcha. Segundo especialista em Regulação e Vigilância Sanitária da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ex-diretor geral da Associação dos Servidores da Anvisa (Univisa), Carlos Renato Ponte da Silva todo o processo de análise realizado pela instituição para autorizar a oferta de novos medicamentos, de vacinas ou outros produtos voltados à saúde no país é “rigorosamente científico”.

Ao final do debate, o candidato Eduardo Leite estendeu a mão para um cumprimento de cordialidade e Onyx o ignorou e saiu.