Por Michelle Nunes

O Corinthians completou 113 anos no último dia primeiro, iniciando o mês de setembro em clima de festa… para quem vê do lado de fora. Com as recentes notícias, ofertas e vendas completamente fora de ordem realizadas pela instituição, apelidadas não tão carinhosamente pela torcida como ‘saldão’, não é de se surpreender a baixa popularidade da diretoria entre a Fiel.

O ‘Terrão’, como é apelidada a base de jogadores em desenvolvimento do Corinthians, tem sido facilmente esquecido quando o assunto é ter paciência para formar um jogador tanto tático quanto mentalmente, e não por falta de jovens talentos, mas pela pressa do clube em enviá-los e continuar com seus jogadores mais antigos, com todo o respeito da palavra.

A contradição, que pode ser apontada por qualquer torcedor ou simplesmente telespectador dos jogos do clube paulistano, é a de que não existe técnica ou tática no time, ou seja, não existe padrão de jogo. Os gols acontecem ao acaso, quando acontecem, o time assemelha-se à dupla água e óleo quando o assunto é entrosamento e, mesmo quando está em uma boa fase de jogos, estão distantes dos títulos e não transmitem segurança ao torcedor nem sequer no campeonato nacional.

Existem talentos no Corinthians, advindos do Terrão ou até mesmo das contratações, como é o caso do jogador Yuri Alberto, e apesar de sua vinda para Itaquera ter comprometido bons nomes do time e estar numa fase menos enérgica, agrega qualidade ao Timão.

Recentemente, uma oferta do West Ham (Inglaterra) pelo jogador assustou a torcida, mas o Corinthians levou em conta a queda no ataque depois da saída de Roger Guedes (um dos poucos casos em que a diretoria de fato insistiu para que o jogador se mantivesse e não o contrário) e declinou a oferta para manter Yuri vestindo a camisa 9.

No entanto, não é difícil listar as saídas que estrondaram a Neo Química Arena e foram pouco entendidas pela torcida. Gustavo Moscardo (e o ‘perigo’ da multa rescisória baixa), Murillo, Adson, Felipe Augusto, todos esses já estão vendidos, muitas vezes por vantagens vexatórias e apressadas, ou detém burburinhos de venda pelos corredores do Parque São Jorge.

E só São Jorge no caso das dívidas do Corinthians, já que o buraco é fundo e alguns culpam a falta de planejamento para que a situação seja aliviada e investimentos em tática, comissão técnica e até mesmo em jogadores com potencial sejam realizados.

Ano que vem vai ter eleição para a diretoria, e alguns especulam que seja por isso todo esse desespero por parte da atual regência. Para quem acompanha futebol e diz não gostar de política, fica difícil entender a situação do Corinthians. E do mundo, afinal, quem dera tudo acabasse em pizza e não em interesses pessoais. Haja coração!