É a segunda vez que ex-presidente é convocado para prestar depoimento este mês. A primeira foi sobre o caso das joias sauditas

Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados

Na manhã desta quarta-feira (26), o ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro (PL) foi à Polícia Federal (PF) para prestar depoimento e fornecer explicações sobre seu suposto envolvimento nos atos golpistas ocorridos em Brasília, no dia 8 de janeiro. A determinação da oitiva partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Essa é a segunda vez que Bolsonaro é convocado para prestar depoimento este mês. Na primeira ocasião, o tema foi sua ligação com a tentativa de se apropriar de joias milionárias trazidas ilegalmente da Arábia Saudita para o Brasil.

Durante o depoimento desta quarta, Bolsonaro deve ser questionado sobre suas ações nos dias que antecederam e sucederam os atos terroristas, especialmente sobre um vídeo compartilhado por ele logo após o vandalismo em Brasília. A publicação, que continha informações falsas sobre as eleições, é considerada como um endosso ao papel cumprido pelos terroristas, levantando suspeitas de que Bolsonaro possa estar entre os incentivadores do golpe.

Além disso, pesa contra o ex-presidente a descoberta de uma minuta golpista na casa de seu ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres. O documento sugere que membros do governo estariam articulando ações para manter Bolsonaro no poder, o que pode implicar o ex-presidente como um dos mentores intelectuais do golpe.

Bolsonaro também pode ser questionado sobre sua inação em relação aos acampamentos de apoiadores instalados em frente aos quartéis, bem como a falta de empenho em desmobilizar a obstrução de estradas após sua derrota. Sua ida aos Estados Unidos e a presença de supostos mentores intelectuais da tentativa de golpe em sua estadia no país também estão sob investigação.

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