Foto: Mirante Lab / Mídia NINJA

Crise para quem? Os bancos vão muito bem. Em 2019, o Bradesco fechou um lucro líquido de R$ 25,9 bilhões, 20% a mais que o ano anterior. Esse resultado vem junto com as expectativas do mercado, que era de um ganho próximo a R$ 25,8 bilhões. Apenas no quarto trimestre, o lucro foi de R$ 6,6 bilhões, alta de 14%. O Bradesco foi o segundo grande banco a divulgar os resultados de 2019: na semana passada o Santander comunicou ganho de R$ 14,5 bilhões no ano passado, alta de 17% na mesma relação.

Em paralelo, a desigualdade de renda no Brasil bate recordes, superando o pico histórico observado em 1989. De acordo com um estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, enquanto a renda da metade mais pobre da população caiu cerca de 18%, somente o 1% mais rico teve quase 10% de aumento no poder de compra. Apenas em 2015, a pobreza subiu 19,3% no Brasil, com 3,6 milhões de novos pobres. Em 7 anos, a renda acumulada dos mais ricos aumentou 8,5%; a dos mais pobres caiu 14%.

Um relatório divulgado recentemente pelo Fórum Econômico Mundial apontou que um brasileiro nascido no menor patamar de renda levaria nove gerações para chegar à renda média do país.

O Brasil ocupa o 60º lugar entre 82 países em um ranking que mede o índice de mobilidade social, ou seja, o quanto uma pessoa que nasce em determinadas condições socioeconômicas tem chances de melhorar essa posição ao longo da vida.

Enquanto os bancos lucram, o povo aumenta a sua dívida. Enquanto para uns falta direitos básicos como água, moradia, educação, saúde, saneamento básico, lazer e mobilidade, outros nadam na cifra dos bilhões.