Foto: Midia NINJA

Milhares de argentinos voltaram a marchar em todo o país no aniversário de 46 anos do golpe de Estado que instaurou uma ditadura, responsável por milhares de desaparecimentos, exílios e execuções em centros clandestinos.

Em clima de comemoração pelo retorno às ruas da Argentina após a pandemia de coronavírus, que impediu a realização desta emblemática marcha em 2020 e 2021, os manifestantes exigiram “memória, verdade e justiça”.

Essas três palavras foram repetidas em inúmeras máscaras, enquanto outras tinham “Há 30.000” e “Nunca mais” escritos nelas.

A Mídia NINJA esteve presente no ato de Bariloche na província de Rio Negro, no coração da Patagonia Argentina. Confira mais fotos da cobertura ao final da reportagem

Foto: Midia NINJA

Negacionistas tentaram barrar repúdio ao golpe

A Assembleia Legislativa de Buenos Aires realizou uma sessão especial em 24 de março, na qual a maioria dos blocos concordou em repudiar o terrorismo de Estado e o golpe de 1976. Todos apoiaram a iniciativa, com exceção do bloco Libertad Avanza e dos Republicanos Unidos.

Ambas as bancadas ensaiaram um avanço negacionista na sessão. Não faltaram propostas para “contar toda a história”, nem referências a “excessos de repressão” e “subversão”. Eles não tiveram apoio de outros setores, mas é a primeira vez em muitos anos que um grupo político com representação parlamentar busca quebrar um dos consensos democráticos.

A sessão especial foi convocada para comemorar o Dia Nacional em Memória da Verdade e da Justiça. O objetivo era aprovar uma declaração que “presta homenagem aos 30.000 detentos desaparecidos” durante a última ditadura. Mas não era tão simples.

A declaração foi aprovada pelos membros do Larretismo (Vamos Juntos), da UCR Evolución, da Frente de Todos e do Partido Socialista. Os três legisladores da FIT não estiveram presentes, deixando uma nota explicando a “incompatibilidade de horário” com as marchas em que pretendiam participar.

O texto rejeitado pelos dois blocos de direita, mas acordado por todos os outros, homenageou os 30.000 detidos desaparecidos e reafirmou o compromisso de “localizar as vítimas do plano sistemático de apropriação de menores” e “a defesa irrestrita de direitos humanos”.

Texto via Emergentes e Mídia NINJA, com informações de Página 12

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