A organização de funcionários do BC ressaltou que o governo Bolsonaro teria imposto “muitos obstáculos” contra a implementação do Pix pelo BC e repudiou o “uso político” da solução de pagamentos

Meio de pagamento foi criado e implementado por técnicos e analistas do Banco Central, não pelo atual governo. Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil

Após a fala de Jair Bolsonaro, durante entrevista ao Jornal Nacional, dizendo ter criado o sistema de pagamentos instantâneo Pix, o Sindicado Nacional dos Servidores do Banco Central (Sinal) emitiu uma nota repudiando a declaração e afirmou que o sistema de pagamento instantâneo “foi criado e implementado pelos Analistas e Técnicos do Banco Central do Brasil”.

A nota emitida pelo Sinal também diz que é contra o “uso político” da solução de pagamentos, alegando que isso já não é uma novidade. “Tal sistema de pagamento instantâneo foi criado e implementado pelos Analistas e Técnicos do Banco Central do Brasil – ou seja, por servidores concursados do Estado, não pelo atual governante ou por qualquer outro governo”, diz a nota.

A organização de funcionários ainda ressaltou que a atual gestão ainda teria imposto “muitos obstáculos, tanto contra a implementação do Pix pelo BC quanto contra outros projetos da autarquia. “O desenvolvimento do Pix durou anos e começou oficialmente com uma portaria de maio de 2018, antes do governo atual”, esclarece os servidores,

Possibilidade de greve

Na mesma nota, o sindicato também cobra uma reunião com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. O objetivo é rever questões como reestruturação de carreira, mas o sindicato aponta que o comunicado é apenas um alerta inicial.

“Como é só um alerta inicial, hoje não haverá ainda paralisação de nenhum serviço do BC. Porém, se a enrolação do Governo Federal continuar, os servidores do BC poderão entrar em setembro em operação diferenciada, dificultando alguns processos de trabalho do BC (as características dessa Operação ainda não podem ser divulgadas por nós)”, diz o comunicado.