Após ordem de prisão, milhares de pessoas marcharam em defesa do ex-presidente

Foto: Jorge Ferreira / Mídia NINJA

Em frente à sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo/SP, milhares de pessoas se mobilizaram contra a ordem de prisão ao ex-presidente Lula, expedida na tarde desta quinta-feira (5), pelo juiz Sérgio Moro. A decisão dá até às 17h de hoje para o petista se entregar na sede da Polícia Federal em Curitiba/PR.

“Hoje o Brasil viu a rapidez com que se decidiu privar o presidente mais aclamado deste país, do que há de mais sagrado na constituição: a liberdade”, disse em discurso a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT).

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A decisão aconteceu após o Supremo Tribunal Federal negar o pedido de habeas corpus preventivo de Lula. Com isso, ele passa a cumprir em regime fechado a condenação de 12 anos de prisão, pelo caso Triplex.

“Vamos enfrentar esse momento com a tranquilidade que tem os inocentes, não como aqueles que incitam o ódio. Nós e o presidente Lula não somos como os fascistas. Não somos como as pessoas que só entendem a linguagem da violência, das pedras e dos tiros. Esse não é o Brasil que queremos”, afirmou Dilma.

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Senadora Gleisi Hoffmann (PT). Foto: Jorge Ferreira / Mídia NINJA

Presidente do PT, Gleisse Roffman diz que o juiz Sérgio Moro representa a politização do judiciário, e que tem uma obsessão pelo ex-presidente Lula. “Ele não podia perder a oportunidade de tentar prender o Lula, eu digo tentar prender porque nós vamos reverter essa situação”.

A manifestação contou com a presença de movimentos sociais, entidades e organizações, como a CUT, MST, UNE, UJS a militância do PT, a Frente Povo Sem Medo e o MTST, liderado pelo pré-candidato à presidência Guilherme Boulos (PSOL).

Políticos de diversos partidos também se somaram à vigília em defesa a Lula, entre eles a também pré-candidata à presidência, Manuela D’ávila (PCdoB), deputado federal Ivan Valente (PSOL) e Erundina (PSOL), e senador Lindberg Farias (PT), Humberto Costa (PT), Gleisi Hoffmann (PT), entre outros.

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“Estamos todos em São Bernardo do Campo! Aqui é a trincheira de resistência democrática, não arredaremos o pé” – Guilherme Boulos junto de milhares de trabalhadoras e trabalhadores sem teto da ocupação Povo Sem Medo, em São Bernardo do Campo, em solidariedade ao ex-presidente Lula.

“Amanhã cedo mais de 100 rodovias estarão fechadas neste país. Se eles continuarem essa tática e manterem a repressão, vamos ocupar mais de 30 latifúndios improdutivos. Queremos dizer para a Rede Globo, que no dia 13 de Abril, vamos ocupá-la em todo o país. Quero dizer para o presidente Lula: conte com a força do MST”, disse João Paulo.

O ato deve se manter durante toda a madrugada e o dia, até as 17h. O MTST montou barracas no local e levantou um acampamento para manter a vigília em defesa a Lula.

“Amanhã continuaremos nas ruas em todo o país. Nós estamos nas ruas porque, como dizem a maior parte das nossas faixas, Lula vai a luta. Lula vai a luta porque tem a cara do Brasil e do povo brasileiro, que não admite que o STF tenha rasgado as cláusulas pétreas da nossa Constituição Federal, escrita com o sangue de muitos brasileiros que caíram durante a ditadura”, comentou D’ávila.

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Esse momento marcou uma história união da esquerda brasileira, contando com uma ampla gama de partidos e movimentos sociais em defesa de Lula. Isso mostra que mesmo com diversas candidaturas, o campo progressista conseguiu falar em uníssono.

“Estamos aqui contra a intolerância e o ódio e em defesa da democracia e da liberdade, contra qualquer medida autoritária. Essa prisão antecipada é compatível com a postura de Sérgio Moro, ele já mostrou que é arbitrário e tem o espírito persecutório, quando pediu a condução coercitiva de Lula e grampeou o áudio da sua ligação com Dilma ilegalmente”, contou o deputado federal Ivan Valente (PSOL)

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Com a condenação em segunda instância Lula não somente vai preso, como também é enquadrado na Lei da Ficha Limpa, e fica impedido de concorrer à presidência da república, que atualmente ocupa a primeira posição em intenção de votos, 22%. No cenário sem o petista, é Jair Bolsonaro (PSL) que ocupa a primeira posição.

“Depois de 3 anos de devastação de sua vida, não encontraram qualquer crime. Querem condená-lo e prendê-lo, para que não ganhe a eleição e governe para a maioria, com o projeto que trouxe para o povo brasileiro dignidade, inclusão e cidadania”, contou o senador Humberto Costa (PT).

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Assista a transmissão ao vivo da Mídia NINJA com as falas dos movimentos, partidos e políticos que estiveram presente: