O advogado Ricardo Almeida, conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil em Sergipe (OAB-SE), foi indiciado pela Polícia Civil pelo crime de estupro contra uma colega de profissão, Bruna Hollanda. A vítima, que também integrava a seccional regional da Ordem, denunciou o caso e deixou o cargo. Ela lamentou a falta de apoio por parte da entidade.

Segundo relatos de Bruna Hollanda, a agressão ocorreu no final de janeiro, após um bloco de pré-carnaval. Almeida ofereceu uma carona, mas desviou o caminho para sua própria casa, sob pretexto de tomar banho. Na residência do advogado, Bruna alega que ele mudou seu comportamento, agredindo-a e posteriormente estuprando-a, apesar de seus pedidos para parar.

A Secretaria de Segurança Pública de Sergipe afirmou que o inquérito conduzido pelo Departamento de Atendimento aos Grupos Vulneráveis corroborou o relato da vítima, resultando no indiciamento de Almeida. No entanto, a defesa do advogado contesta as acusações, alegando inconsistências no depoimento de Bruna.

O advogado Guilherme Maluf, representante de Almeida, afirmou estar convencido da inocência de seu cliente, embora tenha optado por não detalhar a versão dele.

Bruna Hollanda atuava como conselheira da OAB-SE desde 2022, mas renunciou ao cargo após denunciar o caso. Em sua carta-renúncia, ela criticou a gestão da OAB-SE, alegando falta de apoio e parcialidade do presidente da seccional, Danniel Alves Costa, que é amigo íntimo de Almeida.

A OAB-SE, por sua vez, afirmou que declarou espontaneamente a suspeição do presidente e da vice-presidente logo após a apresentação da representação de Bruna. A entidade garantiu que o processo ético-disciplinar foi conduzido de forma imparcial e célere, e que Almeida foi afastado de suas funções assim que a denúncia foi apresentada.

“A OAB Sergipe compreende e se solidariza plenamente com a dor e com o difícil momento que a colega advogada está vivenciando, sendo certo que nada que a Ordem venha a fazer será capaz de cicatrizar esse sentimento”, conclui a nota da entidade.