Um mês depois da chuva que vitimou 233 pessoas, população se reúne para lembrar os que se foram e cobrar autoridades

Fotos: Thomas Mendel

Durante ato realizado na tarde desta terça-feira, 233 cruzes foram fincadas em frente à Câmara Municipal de Petrópolis. É o número exato de vítimas confirmadas na tragédia que atingiu a cidade um mês atrás. Fotos dos 4 desaparecidos também estiveram presentes – junto com o grupo de voluntários que segue as buscas dentro dos rios e córregos da cidade.

Uma faixa resumiu a mensagem que a população atingida quer passar: “Não Esqueceremos”. Em uma atividade carregada de dor e luto, com cerca de 200 pessoas presentes, o sentimento geral era de que a população está abandonada à própria sorte e que a cidade ainda tem muitos pontos de risco eminente.

No dia 15 de fevereiro Petrópolis viveu a pior tragédia de sua história, após fortes chuvas atingirem a cidade e tirarem de forma brutal a vida de mais de 230 pessoas no centro da cidade, Chácara Flora, Vila Felipe, Morro da Oficina e dentro de dois ônibus que afundaram na avenida Washington Luiz.

Desde então a mobilização na cidade tem sido grande. Diante do efetivo insuficiente da para lidar com a tragédia humanitária, diversos grupos de voluntários foram formados para procurar as vítimas que estão desaparecidas e prestar apoio às famílias que perderam tudo.

Fotos: Thomas Mendel

Fotos: Thomas Mendel

Os dados científicos disponíveis mostram que diante das mudanças no clima, a frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como a chuva que atingiu Petrópolis, estão aumentando. Fazendo coro aos cientistas, a sociedade civil tem incansavelmente alertado políticos e autoridades sobre a necessidade imediata de reduzir a emissão de gases do efeito estufa e a urgência da necessidade de planos de adaptação para evitar tragédias como essa.

Petrópolis é o retrato da incapacidade do poder público de lidar com a realidade. Mesmo a região tendo histórico de eventos climáticos intensos, que devem se tornar mais frequentes, a resposta dos governantes continua precária e insuficiente.