Mulheres denunciam médico no Ceará por sequelas em cirurgias plásticas

Pelo menos 10 mulheres acusaram de lesão corporal o cirurgião plástico Dalvo Neto, que atua em um bairro de classe média alta em Fortaleza (CE). Algumas delas fizeram denúncias ao Conselho Regional de Medicina.

Elas relatam que, após as cirurgias que fizeram com ele, tiveram graves complicações e sequelas. Conforme depoimentos dados ao Fantástico, exibido neste domingo (10), as marcas deixadas nos seios, umbigo e braços arruinaram o sonho por um novo corpo. “Meu peito rompeu”, disse uma delas. “Eu não uso mais blusa de manga ou de alça”, disse outra, visivelmente abalada.

Conforme a reportagem, elas buscaram doutor Dalvo Neto pela ampla fama que ele adquiriu nas redes sociais, com mais de 500 mil seguidores. O Ceará também é um dos locais mais procurados para cirurgias plásticas, com referências de bons profissionais.

“Uma semana depois da minha cirurgia, o meu peito do lado direito ele começou a necrosar. E eu entrei em contato com ele e ele disse que era coisa do meu organismo, mas que ia ficar tudo bem e que eu era um caso único”, relatou Adrissia Cristina Cavalcante Soares, representante comercial.

As imagens reveladas mostram sequelas graves do pós-operatório. Uma funcionária que não se identificou confirmou que Dalvo geralmente só fazia bons atendimentos até a sala de cirurgia. As vítimas relatam que tinham dificuldade de acessar o médico para relatar os problemas que tiveram na operação.

A delegada Anna Vitória afirma que as vítimas foram consultadas em momentos separados e todas descreveram o mesmo modus operandi em relação ao atendimento de Dalvo Neto.

Ele nega as acusações e falou que existe um complô contra a sua imagem. “Eu tenho mais de 3 mil cirurgias plásticas realizadas e um alto índice de satisfação. Eu não posso chegar para ela e dizer: ‘Olha, está tudo errado, está dando tudo de maneira inadequada’, para que ela, de alguma forma psicologicamente, trabalhe contra ela”, disse ao Fantástico.

Conforme o médico, as sequelas são causadas pelas próprias vítimas por não seguirem orientações dadas para o período pós-operatório. Ele ainda será ouvido pela Delegacia de Polícia para o avanço das investigações.