Foto: Reprodução / @apoinme_brasil

Um episódio de grave violência e covardia tomou o dia 19 de abril, dia de luta e resistência dos povos indígenas. Priscila Muniz, indigena do povo Pataxó Hãhãhãe, foi agredida violentamente com golpes de cassetete por policiais militares da Bahia, no município de Pau Brasil (BA). Ela participava da festa de emancipação política do município.

O momento foi flagrado em vídeo compartilhado nas redes pela jovem liderança Pataxó HãHãHãe Fabrício Titiah. Nas imagens, que tem gerado revolta, Priscila e o esposo são agredidos até caírem no chão, enquanto os policias seguem desferindo golpes.

Ela chegou a desmaiar e foi levada ao hospital do município pelo seu tio, o Cacique Nailton Muniz, conforme publicado no jornal Correio 24h. Priscila apresenta um corte extenso na cabeça e precisou levar pontos.

“Foi uma coisa muito sem sentido”, disse Priscila à Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME). “Começou o show e eu fui para a frente do palco para tirar uma foto dos artistas, mas como estava muito cheio, eu tirei a foto e voltei, aí me deparei com os policiais e pedi licença para passar e como meu marido vinha atrás de mim o policial bateu com o cassetete no peito dele, dai eu disse à policia que isso não precisava porque a gente só queria passar, daí eles começaram a me agredir”.

Membros do povo Pataxó Hãhãhãe acreditam que essa agressão foi pelo simples fato dela ser mulher e indígena. O povo há muitos anos vive em conflitos territoriais e por conta disso já tiveram vários relatos de violências físicas e discriminatória cometidos por não indígenas que vivem próximos ao seu território.

Por conta desta ação violenta da polícia, o povo Pataxó Hãhãhãe sente a sua segurança ameaçada e clamam por justiça, e que os culpados sejam punidos pela agressão covarde de Priscila Muniz.

O nome dos suspeitos da agressão não foi divulgado, mas esperamos que as autoridades competentes tomem uma providência urgente, e que a justiça tão almejada pelo povo seja comprida.

Segundo o Cacique Nailton, o caso foi registrado no Complexo Policial de Pau Brasil e Priscila esteve em Itabuna nesta quarta-feira (20) para a realização do exame de corpo de delito, ainda conforme o Correio 24h. O jornal procurou a Polícia Militar da Bahia, que não se posicionou sobre o ocorrido.