Cerca de 1,5 mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e de outros movimentos sociais ocuparam, nesta segunda-feira (10), a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Maceió. Os sem terra pedem a exoneração do atual superintendente do Incra-AL, César Lira, considerado um “bolsonarista raiz”. Cesar Lira é primo de Arthur Lira (PL), presidente da Câmara dos Deputados. A ação é liderada pelo MST em conjunto com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), Frente Nacional de Luta (FNL), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento de Luta pela Terra (MLT), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) e Movimento Terra Livre (TL).

Segundo o MST, a ação foi tomada diante da morosidade do governo federal e do Ministério do Desenvolvimento Agrário em tomar medidas administrativas para substituir o superintendente do órgão no estado, além de retomar a pauta da reforma agrária.

“É inaceitável a continuidade de uma gestão bolsonarista. Por que o governo Lula mantém por tanto tempo (mais de cem dias de governo) um superintendente inimigo da Reforma Agrária e com um histórico de violência junto a lideranças e comunidades?”, questionam as organizações em nota conjunta.

“Entendemos que o Incra é um órgão estratégico e deve ser um mecanismo na colaboração para retirar o país do mapa da fome”, destacam as entidades.

César Lira e Arthur Lira. Foto: reprodução/redes sociais

A ação faz parte do Abril Vermelho, mês em que o MST relembra o massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 1996. Naquele ano, em 17 de abril, 19 trabalhadores sem terra foram mortos em uma ação da Polícia Militar no município localizado no sudeste do Pará. Outras 79 pessoas ficaram feridas, sendo que duas acabaram morrendo no hospital posteriormente.

“Ocupamos e exigimos que o ministro Paulo Teixeira tome as medidas administrativas, retome a pauta da Reforma Agrária, assuma a melhoria das estruturas das áreas reformadas e apoie a produção de alimentos sadios. O Incra é um órgão público estratégico e deve ser um mecanismo na colaboração para retirar o país do mapa da fome”, diz em nota o MST.