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Em campanha pela reeleição de Bolsonaro, a senadora eleita pelo Distrito Federal, ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos e uma das principais difusoras de fake news fundamentalistas, Damares Alves (Republicanos) afirmou neste domingo (9) que o governo Bolsonaro teria resgatado crianças vítimas de tráfico humano para outros países.

Segundo ela, “explodiu o número de estupros de recém-nascidos” e disse haver, no ministério, imagens de crianças de oito dias de vida sendo estupradas. Damares afirma que um vídeo de estupro de crianças é vendido por preços entre R$ 50 e R$ 100 mil.

A ex-ministra ainda afirmou, irresponsavelmente, que crianças da ilha do Marajó, no Pará, são traficadas para o exterior e são submetidas a mutilações corporais e a regimes alimentares que facilitam abusos sexuais, afirmando ter “imagens de crianças nossas, brasileiras, de 4 anos, 3 anos, que quando cruzam as fronteiras, sequestradas, os seus dentinhos são arrancados para elas não morderem na hora do sexo oral.”

Apesar de revelar que tal situação seja do conhecimento do governo Federal, a ex-ministra não fala sobre qualquer medida adotada para desarticular esse suposto esquema criminoso.

As afirmações foram feitas durante um evento promovido na Assembleia de Deus Ministério Fama, em Goiânia.

A declaração e a postura da ex-ministra foi questionada por parlamentares nas redes sociais no dia de hoje.

Providências

A deputada federal Vivi Reis anunciou que a bancada do PSOL na Câmara irá entrar com representação contra Damares. “É preciso saber por que ela silenciou diante de casos graves de crimes sexuais supostamente encontrados no Ministério. Se as denúncias forem verdadeiras, seria Damares então integrante dessa rede criminosa?”, questiona a deputada.

O Ministério Público Federal (MPF) enviou ofício nesta segunda-feira (10) à secretária executiva do Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), Tatiana Barbosa de Alvarenga, com solicitação de informações sobre supostos crimes contra crianças que a ex-titular do ministério, Damares Alves, anunciou ter descoberto em visita ao arquipélago do Marajó (PA).

Membros do MPF no Pará pedem que a Secretaria-Executiva do MMFDH apresente os supostos casos descobertos pelo ministério, indicando todos os detalhes que a pasta possua, para que sejam tomadas as providências cabíveis.

O MPF também pede que o MMFDH informe quais providências tomou ao descobrir os casos e se houve representação (denúncia) ao Ministério Público ou à Polícia.