Foto: Arquivo Pessoal

A Coalizão Negra por Direitos enviará essa semana uma denúncia ao Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial da ONU (Organização das Nações Unidas) pedindo providências sobre a morte do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, no Rio de Janeiro no dia 29 de janeiro. O imigrante foi morto a pauladas em um quiosque na Barra da Tijuca.

Douglas Belchior, professor de história e integrante da Coalizão Negra por Direitos, junto a organizações de familiares de pessoas encarceradas e do movimento negro, se reuniu com o Subcomitê de Prevenção à Tortura da Organização das Nações Unidas (ONU), onde também apresentaram relatos de violações de diretos de pessoas presas. Amplificando a denúncia, Douglas postou em suas redes “Num país em que se permite torturas e assassinatos brutais nas ruas e à luz do dia, imaginem nas prisões!”

O ativista negro também cobra uma postura da organização internacional no caso de Moïse. “Ou a ONU se posiciona, ou será conivente e cúmplice. O mundo precisa saber que o Brasil é um país racista onde, em pleno 2022, é possível que se amarre pelas mãos e pés uma pessoa negra, espanque e mate a pauladas”, afirmou Belchior à coluna de Monica Bergamo na Folha de São Paulo.

O documento pede por apuração criteriosa e independente do caso e atendimento à família. “Por isso, exigimos a justiça para Moïse e que os autores do crime junto ao dono do estabelecimento respondam pelo crime! Combater com firmeza e vencer o racismo, a xenofobia, é uma condição para que o Brasil se torne uma nação justa e democrática”.