Após modelo Priscila Trindade publicar no Instagram relatos sobre o abuso sofrido há cerca de seis anos por Krupp, dezenas de mulheres revelaram que também sofreram abusos pelo modelo

Bruno Krupp está preso sob custódia pelo atropelamento e morte de um estudante de 16 anos. Foto: Rede Social

Depois que o modelo Bruno Krupp, de 25 anos, atropelou e matou com uma moto o estudante João Gabriel Cardim Guimarães, de 16 anos, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, no último sábado (30), seu nome também acabou sendo associado ao crime de estupro e estelionato.

Segundo o jornal carioca “O Dia”, Krupp recebeu uma queixa de violência sexual na Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Jacarepaguá, na zona oeste, em julho deste ano, por uma uma mulher de 21 anos. Krupp também é acusado de estupro pela modelo Priscila Trindade, 28 anos. Ela publicou no Instagram o relato sobre o abuso sofrido há cerca de seis anos por Krupp e, espantosamente, recebeu o relato de dezenas de mulheres que também disseram ter sofrido abusos do modelo. Os relatos foram compartilhados no perfil da modelo no Instagram.

Em sua maioria, os relatos iniciam com as vítimas contando que flertavam com Bruno, mas que ele era agressivo e as forçou a finalizar o ato sexual. Segundo as narrativas, elas não o denunciaram formalmente na Polícia Civil por medo de serem julgadas.

Na quarta-feira (3), a modelo Priscila Trindade, de 28 anos, procurou a Deam de Jacarepaguá para se apresentar como testemunha do estupro que aconteceu em julho e ainda esteve na 6ª DP (Cidade Nova) para registrar ter sido vítima desse mesmo crime, em setembro de 2016, em Niterói, na Região Metropolitana do estado.

Priscila contou que na época eles estavam ficando, mas que Bruno forçou o ato e ainda tentou filmá-la. “Ele chegou bêbado às 6h da manhã e me pegou à força. Falei várias vezes para ele parar e ele literalmente me forçou. Forçou mesmo! Depois de muito relutar, cedi e foi horrível. Era muito constrangedor porque, se eu gritasse, iria acordar a casa inteira e não tive coragem de ter uma atitude mais drástica. Fiquei chateada, mas ele falava tanta coisa idiota que eu só pensava em ir embora”, contou.

Krupp está preso sob custódia pelo atropelamento e morte do adolescente, mas teve piora no seu estado de saúde após ter um dos rins paralisados. Ele conseguiu ser transferido para a UTI durante a madrugada desta sexta-feira (5) no Hospital Marcos Moraes, no Méier, na Zona Norte, onde está internado.

A defesa de Bruno nega todas as acusações.

O atropelamento

O modelo dirigia uma motocicleta sem placa quando atropelou a vítima – o impacto foi tão grande que o jovem teve a perna amputada. De acordo com a polícia, ele não possui carteira de habilitação (CNH).

Um vídeo da câmera de segurança do local do acidente mostrou o momento em que Bruno Krupp passou em alta velocidade ao atropelar o adolescente. A moto estaria a uma velocidade de 150km/h, quando o permitido na via é 60km/h.

A juíza Maria Izabel Peranti decretou a prisão preventiva do influenciador nesta terça-feira (3). Ele deve responder pelo crime de homicídio doloso eventual no trânsito, quando assume o risco de matar. Na decisão, a magistrada explica que há indícios suficientes para submeter Bruno ao julgamento pelo Tribunal do Júri.

Em defesa, o advogado de Bruno alega que a motocicleta não estava sem placa, mas que ela caiu e foi encontrada por amigos. Além disso, ele conta também que o modelo perdeu o controle após o veículo perder o freio e que ele teria se assustado porque o adolescente ameaçou atravessar a rua e voltou.

Ainda segundo o advogado, Bruno possuí carteira de habilitação, mas não estava com ela no momento do acidente. Em nota, o Detran negou a afirmação e explicou que o modelo está em processo de primeira habilitação, tendo concluido apenas a parte teórica.