Equipe jurídica da campanha de Lula acionou o TSE para derrubada da peça publicitária e questionou Eduardo Bolsonaro e mais 67 perfis de redes sociais que compartilharam fotos do conteúdo inverídico

Painel que estava localizado em prédio próximo ao Viaduto da Conceição, em Porto Alegre, foi retirado nesta quarta-feira — Foto: Reprodução/RBS TV

Por Mauro Utida

Uma mobilização conseguiu retirar um outdoor fixado em um edifício de Porto Alegre (RS), que faz referência indireta a “dois lados” que estariam disputando as eleições. Um lado, representado pela bandeira do Brasil, defenderia a “vida”, “o agro” e a “liberdade”, entre outras coisas; e o outro, com a bandeira do comunismo, apoiaria o “narcotráfico” e “bandido solto”.

A equipe jurídica da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta quarta-feira (17), e pediu a derrubada da peça publicitária e questionou o compartilhamento das imagens do outdoor em mais de 67 perfis de redes sociais por propaganda antecipada e irregular, incluindo o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). “A intenção de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) ao compartilhar o conteúdo foi para fazer uma publicidade ‘sabidamente inverídica’ contra o candidato do PT à presidência”, declarou os advogados.

A campanha petista afirma que “pela leitura do painel e pelo contexto atual do país, resta claro que se trata de propaganda negativa – e de desinformação – face aos partidos de esquerda do país, notadamente os que compõem a Coligação Brasil da Esperança, ora Representante”.

No pedido feito pelo PT, há a reprodução de uma postagem feita por Eduardo Bolsonaro com a foto do outdoor. O parlamentar escreveu na legenda: “Simples assim”.

Os advogados de Lula pedem ainda “a condenação por propaganda irregular e a consequente aplicação da multa de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), conforme previsto no art. 36 da Lei n. 9.504/97, a cada um” dos donos de todas as contas de redes sociais após análise e identificação dos mesmos.

Financiamento do painel

O vereador de Porto Alegre, Matheus Gomes (PSOL), comemorou a mobilização que “derrotou uma fake news que teve repercussão nacional”. Ele fez um levantamento de descobriu, através de processo da justiça eleitoral, que o painel custou R$ 18 mil e foi financiado por uma mulher identificada como Nair Silva que tem em seu perfil no Instagram, um aviso do aplicativo “que é um perfil que constantemente divulga mentiras e fere as diretrizes da comunidade”.

“Na conta dela, encontramos fotos com o próprio Bolsonaro e outros bolsonaristas como Bia Kicis e Tarcísio Freitas. Além disso, publicações contra as medidas sanitárias na pandemia e mais fake news. É um absurdo e ela deve ser responsabilizada pelo crime que cometeu em POA”, informou o vereador em sua conta no Twitter.

“Agora, a tarefa é seguirmos mobilizados, denunciando todo o tipo de fake news e lutando contra esse jogo sujo dos fascistas”, declarou Matheus que é candidato a deputado federal.