O Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade chega à sua 31ª edição com o tema “A gente nunca foi tão Mix”, celebrando as diferentes identidades de gênero, orientações sexuais, bem como formatos e linguagens que compõem a programação do evento, que é totalmente gratuita.

De 8 a 19 de novembro, o público poderá conferir espetáculos teatrais transmídia originários de Taiwan, França e Brasil, 119 filmes de 35 países e de 13 estados brasileiros, experiências XR com a temática queer vindas dos EUA, Finlândia, Chile, França, Brasil, Alemanha e Portugal, literatura, performances sobre temas relevantes para comunidade LGBTQIAPN+, e o tradicional Show do Gongo, com a atriz Marisa Orth.

O Mix acontece presencialmente em São Paulo, no Museu da Imagem e do Som, no Cine Sesc São Paulo, Spcine – CCSP Sala Paulo Emílio, no Spcine Olido, no Instituto Moreira Salles – IMS Paulista, no Museu da Língua Portuguesa, na Biblioteca Mário de Andrade, e no Teatro Sérgio Cardoso. Além de contar com uma parte online, disponível nas plataformas Spcine Play, Sesc Digital e Itaú Cultural Play.

Considerado o maior festival LGBTQIAPN+ da América Latina, o Mix Brasil 2023 traz ainda o MixGames, uma seleção de novos games que celebram a diversidade e a inclusão, o “Crescendo com a diversidade”, destinado para o público infantil, além de homenagear, com o prêmio Ícone Mix, a atriz, roteirista, dramaturga, diretora e ativista pela representatividade trans no teatro e no cinema, Renata Carvalho.

O 31º Mix Brasil abre nesta quarta-feira (8), para convidados, com o longa brasileiro e inédito na capital paulista, “Levante”, de Lillah Halla – eleito o Melhor Filme das Seções Paralelas pela Federação Internacional dos Críticos em Cannes -, e com a première nacional da performance teatral francesa “O Futuro”, considerada uma exposição em movimento que traz a mensagem humana queer do ritual Shibari, e é uma ode à necessidade de desaceleração do nosso mundo.

A programação internacional de cinema do festival exibirá títulos de diretores e atores consagrados que fizeram parte da Seleção Oficial dos Festivais de Berlim, Veneza, Cannes e San Sebastian – a maioria inéditos no Brasil. Entre os destaques estão o nigeriano “Todas as Cores Entre o Preto e o Branco”, de Babatunde Apalowo, e o francês “Orlando, Minha Biografia Política”, de Paul Preciado, vencedores do Teddy Award, troféu destinado a filmes queer do Festival de Berlim, nas categorias ficção e documentário, além do espanhol “20.000 Espécies de Abelhas”, de Estibaliz Urresola Solaguren, vencedor do Prêmio Sebastiane em San Sebastian.

Ainda na seleção internacional estão o francês “De Volta à Córsega”, de Catherine Corsini, exibido na mostra oficial do festival de Cannes, o grego “Nosso Verão Daria Um Filme”, de Zacharias Mavroeidis, selecionado para a mostra oficial do Festival de Veneza, o alemão “Sissi e Eu” de Frauke Finsterwalde, estrelado pela atriz Sandra Hüller e exibido no Festival de Berlim, o americano “Kokomo City: A Noite Trans de Nova York”, de D. Smith, Prêmio do Público de Melhor Documentário em Berlim, e muitos outros.

Já a seleção de filmes nacionais reúne produções premiadas dentro e fora do Brasil com temas marcados pelas investigações das afetividades e desafios cotidianos da população LGBTQIAPN+. Entre eles estão “Neirud”, de Fernanda Roth Faya (SP), “Toda Noite Estarei Lá”, de Suellen Vasconcelos e Tati Franklin (ES), “Tudo O Que Você Podia Ser” de Ricardo Alves Jr. (MG), “Assexybilidade”, de Daniel Gonçalves (RJ), “Corpo Presente” de Leonardo Barcelos (MG), “Capim Navalha” de Michel Queiroz (GO), “Surdes”, de Carol Argamim Gouvêa e Thays Prado (SP), “Uma Tarde Pra Tirar Retrato” de André Sandino Costa (RJ), première mundial de “Todos Morrem Tentando Fazer uma Obra Prima”, de Gustavo von Ha (SP), “M de Mães” (SP), de Lívia Perez e “Antígônadá” de Dora Longo Bahia (SP), estes dois últimos fazendo sua estreia nacional no Festival.

“Assexybilidade”, de Daniel Gonçalves. Foto: Divulgação/31º Festival Mix Brasil

Homenagem

Em 2017, foi criado o Prêmio Ícone Mix, para homenagear trajetórias importantes de pessoas que mudaram os rumos da história e da representação LGBTQIAPN+. Foram reconhecidos com o prêmio até hoje o cineasta Gus Van Sant, o escritor e ativista trans João Nery, Marina Lima, celebrando seus 40 anos de carreira, a criadora do bate-cabelo Marcia Pantera, Ney Matogrosso, ao completar 80 anos de idade, e no ano passado, a multiartista Linn da Quebrada.

A homenageada deste ano é atriz, diretora, dramaturga e ativista, Renata Carvalho, uma figura icônica que transcende os limites do palco e da tela.

Na filmografia de Renata estão os filmes “Vento Seco”, de Daniel Nolasco, “Os Primeiro Soldados”, de Rodrigo de Oliveira, “Para Onde Voam as Feiticeiras”, de Eliane Caffé, Carla Caffé e Beto Amaral, além das séries “Toda Forma de Amor”, “Pico da Neblina”, e muito mais.

Ao lado de Cibele Appes, Renata assina a direção do documentário “Corpo sua autobiografia”. A parceria com Cibele também pode ser vista no curta-metragem “Se Trans For Mar”, no qual Appes assina a direção e Carvalho faz parte do elenco.

Outro grande destaque na carreira de Renata, que ressalta seu ativismo da causa trans e travesti nas artes, é a peça “Manifesto Transpofágico”, que já percorreu o Brasil e outros países. O espetáculo é escrito e estrelado por ela, enquanto a direção é de Luiz Fernando Marques (Lubi).

Renata Carvalho. Foto: Chico Ludermir

Saiba mais detalhes sobre o evento e confira a programação completa no site oficial do Festival Mix Brasil.