Foto: João Miguel Júnior/Globo

A cultura nacional perdeu um dos seus grandes ícones. O ator e diretor brasileiro Milton Gonçalves, morreu hoje (30) aos 88 anos.

Segundo a família ao G1, ele morreu em casa, por consequências de problemas de saúde que vinha enfrentando desde que teve um AVC. Ele ficou três meses internado e precisou de aparelhos para respirar enquanto esteve doente.

“Agradecemos ao público que gostava dele o carinho e a força positiva que todo mundo teve com a gente. Que todo mundo tenha a certeza absoluta de que ele foi em paz, com muita tranquilidade, ao lado da família. Foi encontrar minha mãe e fazer muita arte lá em cima”, afirmou a filha Alda Gonçalves em comunicado divulgado pela Splash / UOL.

Milton Gonçalves, em A Rainha Diaba (1974)

Nascido em 9 de dezembro de 1933, na pequena cidade de Monte Santo, em Minas Gerais, Milton Gonçalves foi contratado pela TV Globo em 1965 onde fez mais de 40 novelas, ganhando renome nacional. Colecionou personagens marcantes, como o Professor Leão do infantil “Vila Sésamo” (1972), o Zelão das Asas, de “O Bem-Amado” (1973), e o médico Percival, de “Pecado Capital” (1975). Também atuou em séries como “Carga Pesada” (1979) e “Caso Verdade” (1982-1986), além de programas humorísticos.

Por Pai José, da novela “Sinhá Moça” (2006), Milton foi indicado ao prêmio de Melhor Ator no Emmy Internacional. Ele inclusive foi o primeiro brasileiro a apresentar o evento, quando esteve ao lado da atriz americana Susan Sarandon.

Sua primeira experiência como diretor foi na novela “Irmãos Coragem” (1970), de Janete Clair. Ele também dirigiu os primeiros capítulos da novela “Selva de Pedra” (1972) e “Escrava Isaura” (1976).

Em uma entrevista publicada no G1, o filho de Milton Gonçalves, o ator Maurício Gonçalves, lembrou que o pai lutou pelo reconhecimento do trabalho de artistas negros. “Esse Milton que as pessoas não conhecem, batalhador. Nunca deixou cair a peteca no que tange aos filhos. O maior ensinamento meu pai me passou: ser guerreiro, nunca abaixar a cabeça a não ser para os sábios, mas lutar o tempo todo”.