Foto: David Rawcliffe/Anadolu Agency/Getty Images

Por Francisco Paulo

Todas as edições de Copa do Mundo têm sua marca, suas próprias histórias construídas ao longo do torneio. Em 2014, por exemplo, a disputa em solo brasileiro ficou conhecida como a “Copa das Copas” pelo alto número de gols, recordes, zebras e partidas históricas. A Copa de 2022 também contará com uma particularidade, esse será o mundial que marcará o fim de uma das maiores gerações de jogadores de futebol da história. Um ciclo que para muitos começou em 2006, na Alemanha, provavelmente chegará ao final em Doha.

Dentre os que estão se despedindo, dois nomes claramente se destacam: Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. Gênios do futebol mundial, os dois dominam o esporte desde a segunda metade dos anos dois mil, tanto no futebol espanhol quanto nos palcos europeus eles brilharam e colocaram seus nomes no topo da lista de melhores jogadores da história. Contudo, em Copas do Mundo eles não contam com um retrospecto tão belo, com exceção para o vice-campeonato de Messi em 2014. Para eles, tudo começou em 2006, a Copa da Alemanha foi o primeiro mundial dos dois.

Messi chegou para aquela disputa com apenas 18 anos e pouco conhecido no mundo da bola. O excelente mundial sub-20 que ele havia feito um ano antes o levou a seleção principal, visto que ele ainda era apenas um membro do banco de reservas no Barcelona. Assim como no clube, o jovem atacante era apenas mais uma opção entre os substitutos naquela seleção. Até que ele finalmente teve a oportunidade de estrear, na partida contra Sérvia, quando o placar já estava em 3×0 para a Argentina. Mesmo assim, ele deu tudo de si e conseguiu marcar seu primeiro gol em Copas do Mundo, se tornando o argentino mais jovem da história a marcar na competição.

Após a estreia, Messi foi titular na partida contra a Holanda, pela última rodada da fase de grupos, mas não conseguiu fazer nada para tirar o 0x0 do placar. Sua última partida naquela Copa foi contra o México, pelas oitavas de final, chegando até mesmo a marcar um gol que acabou sendo anulado. Aquela foi a primeira experiência de Messi em mundiais, o objetivo era apenas preparar o garoto para o que estava por vir em sua carreira.

Hoje, 16 anos depois, aquele garoto acumula sete prêmios de melhor do mundo e dezenas de troféus em sua carreira. Após experiências frustrantes em suas últimas disputas, Lionel Messi finalmente tem uma equipe qualificada ao se redor que chega ao Catar como favorita ao título. O craque já confirmou que essa será sua última Copa do Mundo, o que significa que veremos um Messi dedicando até sua última gota de suor para levar o troféu de volta a Argentina após 36 anos.

Ao contrário de Messi, Cristiano Ronaldo chegou a Copa de 2006 como um dos grandes nomes de Portugal, pois já despontava no Manchester United. Além disso, o português já havia sido destaque na Eurocopa de 2004, quando Portugal, jogando em casa, perdeu o título para Grécia. Dessa forma, ele fez sua estreia logo na primeira partida, contra Angola, mas só conseguiu marcar seu primeiro gol na segunda rodada, contra a seleção do Irã. Após passarem pela Holanda nas oitavas, Portugal teria que decidir seu destino contra a Inglaterra nas disputas de pênaltis. Foi aí que a figura decisiva de Cristiano Ronaldo aparaceu para o mundo. Com apenas 21 anos, ele foi o responsável por bater e converter o pênalti que classificou a seleção para a semifinal. No fim, Portugal foi eliminada para a França e terminou em quarto lugar.

Após a Copa de 2006, Cristiano teve um desempenho muito abaixo do esperado nas Copas seguintes, sendo até mesmo eliminado na fase de grupos em 2014, ano em que chegou para a disputa como atual melhor do mundo. Contudo, ele brilhou novamente em 2018, na Rússia, embalado pelo título europeu de 2016. Mesmo assim, Portugal acabou eliminada pelo Uruguai logo nas oitavas de final. Agora, Cristiano Ronaldo busca comandar a geração mais talentosa de Portugal rumo ao título da Copa do Mundo. Inclusive, o craque afirmou que irá se aposentar caso consiga conquistar o troféu em dezembro.

Pela Alamenha, Neuer e Müller se despedem da Copa do Mundo. Foto: Divulgação / Bayern de Munique

Além dos GOATs (sigla para melhores da história, em inglês), outros craques também estarão fazendo sua despedida no Catar. Na seleção alemã, Manuel Neuer e Thomas Müller disputarão sua última copa, os dois estrearam juntos, na Copa da África do Sul, em 2010. Com um título da competição na bagagem, os dois serão as vozes experientes da equipe, que contará com muitos jovens em seu elenco, como Adeyemi, Musiala, Havertz e Youssoufa Moukoko (de apenas 17 anos). Além disso, Müller, que tem 10 gols em Copas do Mundo, busca se aproximar do recordista Klose, que tem 16.

Outros que também farão suas despedidas no Catar são os centroavantes Lewandowski, Luis Suárez e Cavani. Melhor do mundo em 2020, Lewandowski disputará uma Copa pela segunda vez, mas agora busca conseguir chegar ao mata-mata com a seleção da Polônia. A dupla histórica do Uruguai, Suárez e Cavani, não chega fazendo parte de uma seleção favorita, mas buscam surpreender as expectativas e chegar o mais longe possível.

Na Seleção Brasileira também teremos despedidas, Thiago Silva e Daniel Alves devem deixar a canarinho após a Copa. Os dois, que estão sempre nas listas de melhores da história em suas posições, são as vozes experientes do grupo que sonha com o hexa. A tendência é que Thiago seja titular, ao lado de Marquinhos, já Daniel deverá ficar no banco como opção para o decorrer dos jogos.