Por Gabriella Lima e Beatriz Werneck / Copa FemiNINJA

À uma semana chegava ao fim a Copa do Mundo de Futebol Feminino mais importante da história. O Mundial da França quebrou recordes de público e audiência e elevou o esporte a outro patamar, além de ter trazido à tona debates fundamentais sobre a desvalorização do futebol feminino no Brasil e no mundo. Nesse clima de despedida, fizemos uma lista com alguns dos momentos mais marcantes do torneio. E podemos adiantar que já tá batendo a saudade.

Recorde de público
A edição de 2019 da Copa do Mundo de Futebol Feminino já era histórica antes mesmo de começar. Quando ainda faltavam 50 dias para o início, a Fifa divulgou que cerca de 720 mil bilhetes já tinham sido vendidos, quantidade que já estabelecia um recorde para o torneio. Além disso, quatro jogos tiveram seus ingressos esgotados em 48h antes do início das vendas: o jogo de estreia entre França e Coreia do Sul, as semifinais e a final.

Audiência recorde na transmissão dos jogos
A Copa do Mundo Feminina de 2019 já estava fazendo história quando foi anunciado que haveria transmissão dos jogos na tv aberta. Com o dobro de cobertura já era possível ver um crescimento considerável na atenção da mídia. Como consequência dessa cobertura, a Copa Feminina bateu recordes de audiência pelo mundo e mais do que dobrou a sua audiência no Brasil.

Foto: Erika Borba

Seleção da África do Sul dançando na chegada a França
A seleção feminina da África do Sul participou da sua primeira copa e chegaram na França demonstrando muita animação com a classificação. Um vídeo divulgado nas redes sociais mostrou as jogadoras dançando e cantando na chegada a França. 

Dobradinha inédita
Pela primeira vez, duas seleções africanas passaram da fase de grupos da Copa do Mundo Feminina. Camarões e Nigéria caíram nas oitavas de final, mas encheram de orgulho o continente africano!

(Aliás, a reação das jogadoras nigerianas quando ficaram com a vaga após o Chile empatar com a Tailândia foi mais uma de tantas cenas emocionantes dessa Copa)

Argentina conquista o primeiro ponto de sua história nas copas
A Argentina voltou a participar da Copa Feminina após 12 anos e já estreou fazendo história. Em seu primeiro jogo no Mundial da França, ao enfrentar o Japão, a seleção argentina empatou em 0x0 e conquistou o primeiro ponto de sua história na Copa Feminina.

Foto: Reprodução

Primeiro gol da Tailândia
Após sofrer 17 gols nas duas primeiras rodadas da Copa, a Tailândia marcou seu gol de honra no jogo contra a Suécia e levou a diretora da seleção as lágrimas. Apesar de sofrerem a maior goleada da história da Copa em sua estreia contra os EUA e de estarem perdendo o jogo contra a Suécia por 4×0, a seleção tailandesa não desistiu e aos 46 minutos do segundo tempo a jogadora Sung-Ngoen marcou o único gol da Tailândia na competição. A reação da Técnica foi preciosa.

Foto: AP photo

Chuva de gols
Logo na primeira rodada da fase de grupos, a seleção dos Estados Unidos venceu a Tailândia por 13 a 0 e estabeleceu a maior goleada da história das Copas, tanto masculina quanto feminina. Somente a atacante Alex Morgan marcou CINCO gols na partida!

Gols de Rapinoe dentro e fora de campo
Um dos grandes nomes desta Copa foi Megan Rapinoe. Além de suas ótimas atuações em campo, a atacante se destaca também por seus posicionamentos políticos e sociais. Rapinoe é uma das responsáveis pela ação movida pelas jogadoras contra a federação de futebol norte-americana por igualdade de salários para seleções masculina e feminina. Durante o Mundial, ela não cantou o hino nacional em nenhum jogo, em protesto contra a administração de Donald Trump. Por último, quando perguntada se visitaria o presidente caso fosse campeã, respondeu disparou: “Não irei à merda da Casa Branca”. 

Chuteira da Marta
Em sua estreia na Copa, no jogo contra a Austrália, Marta entrou em campo com chuteira sem patrocínio e que carregava uma mensagem de igualdade de gênero no esporte. Ao marcar o gol de pênalti, Marta comemorou apontando para o símbolo de sua chuteira que faz parte da campanha “Go Equal”. 

Marta e seu batom
Além da chuteira sem patrocínio, outro item usado por Marta que chamou a atenção foram os batons de cores fortes. A jogadora entrou em campo contra a Itália usando um batom roxo escuro, e contra a França a cor escolhida foi o vermelho. A ação teria sido para promover a alta durabilidade do produto da Avon, empresa da qual Marta é parceira. 

Foto: Lucy Nicholson/Reuters

Marta se tornando a maior artilheira da história das copas
O gol marcado por Marta na vitória da seleção brasileira sobre a Itália fez com que a rainha batesse mais um recorde. Além de garantir a vitória do Brasil, Marta passou o alemão Miroslav Klose e se tornou a maior artilheira da história das Copas do Mundo, entre homens e mulheres, com 17 gols marcados. 

Despedida de uma lenda
Formiga, aos 41 anos, se despede da seleção após sua SÉTIMA Copa do Mundo. Ninguém, entre homens e mulheres, participou de tantas edições do Mundial como ela. Para nós, foi um privilégio tê-la jogando em altíssimo nível, defendendo nossa seleção por tantos anos.

Recepção da seleção na volta para o Brasil
Após sofrer um gol na prorrogação e perder nas oitavas de final para a França por 2×1, a seleção brasileira teve uma recepção calorosa na volta para o Brasil. Ao desembarcarem no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, as jogadoras foram recebidas com festa e cartazes com mensagens de apoio escritos pelas torcedoras. Na saída das jogadoras, as torcedoras também cantaram a música “Jogadeira”, música escolhida por Cristiane após marcar 3 gols no jogo contra a Jamaica, na estreia da seleção na competição.