Tricampeã mundial, campeã pan-americana e medalhista olímpica, Mayra Aguiar é uma das maiores atletas brasileiras

Foto: Lara Monsores/CBJ

Tricampeã mundial, campeã pan-americana e medalhista olímpica, Mayra Aguiar é uma das maiores atletas brasileiras da história, sendo a primeira mulher a ganhar três medalhas olímpicas em um esporte individual. Além disso, ela conquistou duas pratas e três bronzes em Mundiais, e mais duas pratas e um bronze m Pan-Americanos.

Natural de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Mayra começou a praticar esportes ainda criança, pois seus pais achavam que ela precisava praticar algo e decidiram matricular a garota em diversas aulas, até que ela se apaixonou pelo judô. Aos 11 anos, ela começou a treinar e competir no SOGIPA (Sociedade de Ginástica de Porto Alegre), clube em que está até hoje. Pelo clube, ela disputou seu primeiro campeonato brasileiro e, aos 14 anos, foi convocada para a Seleção Brasileira Junior.

Em entrevista ao Jornal O Globo, Mayra comentou sobre a escolha pelo judô na infância. “Desde criança eu sou muito competitiva, e minha primeira competição foi no judô. Então acabei optando pelo judô desde então. Eu tinha apenas seis anos, nem poderia competir, mas eu insisti tanto para o treinador que ele acabou deixando. Um pouco também porque a Hellen, minha irmã, também ia competir.”

A primeira grande aparição de Mayra para o Brasil foi nos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, quando, aos 16 anos, ela conquistou a medalha de prata. O desempenho a levou para disputar sua primeira olimpíada, já no ano seguinte. Assim, em Pequim 2008 ela lutou na categoria -70 kg, mas acabou derrotada na primeira luta. Contudo, ela não se abalou com o desempenho ruim e em 2010 conquistou a medalha de prata na categoria até 78 kg no Campeonato Mundial de Judô.

Mayra repetiu o feito em 2011 e chegou para as Olimpíadas de 2012, em Londres, com mais experiência e favoritismo para medalha. A gaúcha chegou na semifinal, onde foi derrotada pela americana Kayla Harrison, mas se recuperou e conquistou o bronze ao derrotar por ippon a holandesa Marhinde Verkerke.

No ano seguinte, Mayra enfrentou seus primeiros problemas com lesões e precisou passar por duas cirurgias que quase a impediram de disputar o mundial de 2014. Porém, como uma grande lutadora ela venceu as batalhas e conseguiu chegar na competição em forma. Não só chegou em forma, como venceu seu primeiro título mundial ao vencer a francesa Audrey Tcheumeo.

Após a vitória, a atleta comentou o esforço em entrevista ao GLOBO. “Eu não ia sair daqui sem esse ouro. Não ia ficar satisfeita com menos. Vou dormir muito feliz essa noite. Essa é a primeira de várias”

Porém, a história com Tcheumeo não havia terminado e dois anos depois a francesa teve sua revanche. As duas se encontraram na semifinal das Olimpíadas do Rio, desta vez com desfecho melhor para Audrey. Dessa forma, Mayra foi novamente atrás da medalha de bronze e conquistou após vencer a cubana Yalennis Castillo.

Cinco anos depois, Mayra chegou para sua terceira Olimpíada, em Tóquio. Desta vez a brasileira não era favorita, pois havia sofrido uma grave lesão no ligamento cruzado do joelho e chegava quase sem ritmo de competição. Mayra ficou ao todo 16 meses sem competir.

Apesar disso, ela venceu sua primeira luta e caiu nas quartas de final, deixando o sonho de uma medalha ainda vivo. Então, ela venceu a russa Aleksandra Babintseva na repescagem e foi para a disputa pelo bronze. No fim, ela conseguiu superar a coreana Hyunji Yoon e conquistar sua terceira medalha olímpica.

“Estou bem emocionada. Acho que é a conquista mais importante para mim. Foi bem difícil esses últimos anos. Não aguentava mais fazer cirurgia, estava muito cansada. Tive medo, tive angústia. Eu continuei, acreditei por pior que estivesse. Fizemos o nosso melhor. Então, estou bem emocionada. Tento me acalmar, mas está sendo muito importante isso para mim.”, disse Mayra após a conquista.