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A Cufa Sinop — Central Única das Favelas, em parceria com a Prefeitura Municipal de Sinop pela Secretaria de Cultura e Educação, promoveu o MATOGRAFF – 1° encontro Internacional de Graffiti, que reuniu artistas que representam a diversidade e a força do grafite produzido no Brasil e no mundo, pintando e refletindo sobre a Amazônia Mato-Grossense.
Um dos murais feito durante o encontro, que uniu também artistas do cerrado, do pantanal e da floresta amazônica, é de autoria do artista acreano Matias Souza e conecta a arte urbana com o meio ambiente, retratando a ativista pelo clima Greta Thunberg. A arte foi repudiada por ruralistas e defensores das corporações agrícolas da cidade, que entenderam como um “ataque ao agronegócio, a pecuária, ao setor madeireiro e as fontes de renda locais”.
Foto: Núcleo de Mídias Livres
Em Mato Grosso, o grafite nos muros faz parte do cenário desde os anos 90, época em que os primeiros artistas de rua e grafiteiros — Edson Ferreira, Benné, Babu 78 — surgiam em Cuiabá. De lá pra cá, os primeiros foram inspiração para muitos tantos artistas que compõem o cenário mato-grossense, e todos estes se dedicaram a cultura do grafite com muitas exposições, rolês, oficinas e workshops, o que rendeu muita cor, estilo, reflexões e reconhecimento. A arte do grafite em Mato Grosso é reconhecida como atividade cultural via Lei 9.184 da Assembleia Legislativa, e em Sinop a Lei 2.548 de 26 de abril de 2018, institui a Semana Municipal da Arte Urbana do Grafite na cidade.
Foto: Reprodução Instagram Raiz
O evento promoveu intervenções e mutirão de grafite, além de revitalização de espaços públicos da cidade. Outra mural foi feito no Matograff, mas em homenagem ao Cacique Raoni Metuktire. O grafiteiro Raiz, de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, pintou a liderança indígena, e relatou que “foi forte pintar o Cacique Raoni Metuktire numa região onde a cultura agro reina sob histórias de lutas e massacres contra os povos primários! Ele é uma grande liderança indígena reconhecida por diversos povos indígenas e não indígenas que dedica a sua vida em uma guerra pacífica pela sobrevivência de toda a vida no planeta! Sua candidatura ao Nobel da paz só reforça sua luta!”
DJ Spinha Foto: Núcleo de Mídias Livres
Além de grafite, o evento também contou com a trilha sonora da Música Urbana, e a programação musical teve também DJ Spinha nos toca-discos, além do pocket show de Breno Z6, MC Morais e Batalha de MC´s na Praça das Bandeiras, em Sinop.
A parceria entre os realizadores também promoveu nos quatro dias de evento o “Bazar Beneficiente”, com coleta e doação de roupas e agasalhos.
Com informações de Núcleo de Mídias livres