Amigos de longa data narram em cartas suas experiências de exílio, compartilhando segredos íntimos e temores sinistros em relação ao cenário político atual do Brasil

Foto: reprodução instagram Jean Wyllys e Marcia Tiburi

A ascensão de um governo fascista no Brasil após as eleições de 2018 e o crescimento escalonado e obscurantista das redes de ódio, na internet e nas ruas, obrigaram Marcia Tiburi e Jean Wyllys, dois grandes nomes do campo progressista, a deixar o país, tendo o exílio como a última alternativa para preservar a própria vida. O que não se pode dizer: experiências do exílio reúne trocas de cartas entre a renomada filósofa e o ex-deputado federal e ativista dos direitos humanos.

Amigos de longa data, eles compartilham nestas correspondências angústias muito parecidas. Contudo, diferem na maneira particular de lidar com contratempos, preocupações e ansiedades. Retirados forçosamente da vida social e da luta política — na qual são referência —, Marcia e Jean refletem sobre a sanha persecutória que os levou ao exílio e as estranhezas de se verem repentinamente vivendo em outro país.

As cartas apontam uma leitura de mundo aguçada para entendermos o nosso momento político, além de confessarem segredos íntimos e temores sinistros que, somados neste livro, revelam um registro emblemático dos riscos à vida que rondam o nosso tempo presente. Especialmente dos perigos em torno das minorias e de quem discorda do alinhamento moral, político e religioso dos antidemocratas radicais.

Hoje às 18h, Marcia e Jean se juntam ao instagram da Mídia NINJA para falar mais sobre o livro, lançado esta semana.