Amir Locke, de 22 anos, foi morto após operação policial em um prédio de Minneapolis, mesma cidade onde assassinaram George Floyd

Foto: KEREM YUCEL, AFP VIA GETTY IMAGES

Brasil não foi o único palco, neste final de semana, de manifestações antirracistas contra a morte de jovens negros. Em Minneapolis, nos EUA, mais uma morte brutal provocou manifestantes a tomarem as ruas por justiça. Um tiroteio matou, na última quarta-feira (3), o jovem Amir Locke durante uma operação em um apartamento no início da última semana.

A polícia afirmou que estava exercendo um mandado de busca “sem batida”, que autoriza a polícia a entrar em propriedade privada sem primeiro alertar os ocupantes ou anunciar sua presença. Conforme a família de Amir, ele estava no apartamento no prédio ocupado pela polícia, tinha um sono profundo e se assustou quando o policial chutou o sofá e apanhou uma arma quando foi baleado. Locke tinha uma licença e uma permissão de porte para a arma. A família informou que ele guardava para própria proteção pois trabalhava como motorista de um serviço de entrega de comida.

Desde sábado (5), uma multidão barulhenta, mas pacífica, em temperatura abaixo de zero, tem ido às ruas e gritado o nome de Locke e o slogan “sem justiça, sem paz”, três dias depois de sua morte.

A chefe de polícia interina de Minneapolis, Amelia Huffman, disse em entrevista coletiva que a promotoria do condado estava revisando o tiroteio, e que o vídeo do incidente parecia mostrar a arma de Locke apontada para os policiais quando eles abriram fogo. Ativistas no protesto disseram que Locke nunca teve a chance de se desarmar no momento em que a polícia invadiu seu apartamento sem aviso prévio. Os manifestantes exigiram a proibição incondicional desse tipo de mandado de segurança, a demissão e prisão de policiais envolvidos no tiroteio, além da renúncia do chefe de polícia.

Quase dois anos atrás, George Floyd, um homem negro desarmado, foi morto por um policial branco que se ajoelhou no pescoço de Floyd por mais de nove minutos durante uma prisão por suspeita de tentar passar uma nota falsificada de US$ 20. A indignação com a morte de Floyd desencadeou um movimento nacional que desafia a brutalidade e o preconceito policial no sistema de justiça criminal dos EUA.

Texto via The Guardian com informações de USA Today